EQUIPE DE JAIR BOLSONARO ANUNCIA NOVOS MINISTÉRIOS
Equipe de Jair Bolsonaro anuncia o Ministério da Economia e confirma a fusão das pastas de Meio Ambiente e Agricultura. Industriais e Marina Silva criticam medidas
Serão fundidas as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, para criação do Ministério da Economia, e também do Meio Ambiente e da Agricultura. No primeiro caso, houve críticas da Confederação Nacional da Indústria. No segundo, a desaprovação foi manifestada por Marina Silva .
Após reunião dos principais integrantes da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na casa do empresário Paulo Marinho, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM -RS), indicado como chefe da Casa Civil, anunciou ontem a fusão dos ministérios do Meio Ambiente com o da Agricultura. Além disso, será criado o Ministério da Economia, que reunirá as atuais pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio. O novo gabinete terá entre 15 e 16 pastas.
A fusão de Meio Ambiente e Agricultura estava sendo reavaliada por Bolsonaro durante a campanha. “O presidente não recuou em nada. Ele sempre disse que, assim como tem experiência em alguns Estados, como Mato Grosso, Agricultura e Meio Ambiente ficarão juntos”, disse Lorenzoni.
RETROCESSO AMBIENTAL
A iniciativa foi criticada por ambientalistas e políticos, como a candidata da Rede a presidente na última eleição, Marina Silva. “A decisão de fundir o Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura será um triplo desastre. Estamos inaugurando o tempo trágico da proteção ambiental igual a nada. Nem bem começou o governo Bolsonaro e o retrocesso anunciado é incalculável”, escreveu ela, no Twitter.
Braço direito de Bolsonaro, o ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que as conversas do núcleo do novo governo não chegaram às indicações para estatais. Ele disse que houve um significativo avanço, em torno de 80% dos ministérios na reunião desta terça. “Hoje, já foram decididos alguns dos nomes (ministérios). Por uma questão estratégica, nós vamos divulgar um pouquinho mais para frente”, completou.
Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, disse ontem que as condições para votação e aprovação da Reforma da Previdência em tramitação na Casa ainda neste ano estão “muito distantes da realidade”.
“Precipitado é votar qualquer coisa sem voto. Com voto, nada é precipitado. Votar qualquer matéria independentemente de qual seja, Previdência ou não, para o futuro governo sofrer uma derrota acho que é ruim para o governo que entra. Temos de ter paciência”, declarou Maia ao site UOL. “As condições para aprová-la ainda estão muito distantes da realidade.”