‘Escola sem partido’ adiado
Comissão da Câmara não consegue votar projeto polêmico
Manifestações contra e a favor do projeto ‘Escola sem Partido’, além da obstrução da oposição impediram que a proposta fosse discutida em uma comissão especial ontem na Câmara dos Deputados. A pauta deve voltar à agenda da Casa na próxima semana.
A proposta do projeto em discussão é afixar um cartaz na sala de aula com diretrizes que terão que seu seguidas por todos os professores, entre elas a de dar precedência aos valores da família nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa. Caso seja aprovada na Câmara, a matéria seguirá para análise do Senado Federal. O projeto é uma das bandeiras do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para a Educação.
Para especialistas em Educação, a pretexto de evitar doutrinações políticas, o projeto, caso seja levado a cabo, inibirá a discussão de questões importantes na sala de aula e deixará o professor inseguro.
Segundo o relator do projeto, deputado Flavinho (PSC-SP), o problema da doutrinação política e sexual no ambiente escolar é “latente, crônico e traumático” e tem sido negligenciado ao longo dos anos no Brasil.
A reunião da Comissão foi agendada de última hora, na terça-feira, e isso acabou atrapalhando as alas a favor e contrária ao projeto, que não tiveram tempo hábil para se articularem.
A comissão deveria analisar ontem o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP).
Antes mesmo do horário marcado para a reunião, um grupo de cerca de 20 manifestantes contrários à proposta discutiu com três manifestantes favoráveis dentro da comissão.
O grupo que rechaça a proposta entoou slogans e músicas favoráveis a uma educação livre. Em resposta, uma mulher que defende o projeto disse: “o mito chegou e vai mudar essa bagunça”, em alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro.