Bolsonaro e Sérgio Moro conversam hoje no Rio
Bolsonaro se reúne hoje com juiz para oferecer pasta da Justiça, incluindo Segurança e Transparência
O presidente eleito vai oferecer ao juiz da Lava Jato um Ministério da Justiça com mais poderes, englobando também Segurança Pública e Transparência.
Ojuiz da Lava Jato, Sérgio Moro, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, se reúnem hoje no Rio e têm grandes chances de acertar a entrada do magistrado no novo governo. Caberia ao juiz um ministério fortalecido, no qual estariam as atuais pastas da Justiça, Segurança Pública e Transparência. Ele seria o fiscal do próprio governo e ainda controlaria a Polícia Federal.
“Tudo depende de conversar para ver se há convergências importantes e divergências irrelevantes”, disse Moro ao jornal O Estado de S. Paulo. A ideia é que o juiz de primeira instância vá para o ministério e depois assuma uma das duas vagas no Supremo Tribunal Federal que serão abertas por conta das aposentadorias compulsórias - pelo atingimento da idade de 75 anos - do ministro decano Celso de Mello, em novembro de 2020, e a de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Moro deu sinais de que está propenso a aceitar o convite de Bolsonaro. Em nota divulgada na terça-feira, após o presidente eleito ter demonstrado, no Jornal Nacional, o interesse em tê -lo no governo, o juiz disse que ficou “honrado” com a lembrança de seu nome para os dois postos. “Tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão”, escreveu.
Um fator que deverá ser importante para a definição de Moro é o apoio do novo governo às chamadas ‘10 medidas contra a corrupção’, uma série de propostas formuladas por procuradores com a intenção de reformular leis para auxiliar no combate a crimes de colarinho branco. Moro apoiou as iniciativas, que foram desfiguradas pelo Congresso, para tristeza do relator da iniciativa, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM -RS), principal assessor político de Bolsonaro.
AJUDA NA CAMPANHA
Moro deu uma força à campanha de Bolsonaro. Às vésperas do primeiro turno das eleições, o juiz divulgou parte da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, decisão que motivou o PT a entrar com uma reclamação contra o juiz no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), já que não ficou esclarecido o que motivou o juiz da Lava Jato a escolher o momento da divulgação do conteúdo.
No trecho tornado público, Palocci diz que o ex-presidente Lula sabia do esquema de corrupção na Petrobras desde 2007.
Por outro lado, Moro adiou o interrogatório de Lula e de outros 12 réus na ação do sítio de Atibaia (SP). As audiências, previstas para agosto e setembro, foram adiadas para novembro, a fim de evitar “exploração eleitoral”.