O Dia

Por nova proposta, mulheres vão se aposentar mais tarde

Texto de reforma, apresentad­o ao presidente eleito Bolsonaro, prevê que elas só teriam benefício aos 65 anos.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Anova proposta de Reforma da Previdênci­a apresentad­a ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), entre outros pontos, faz as mulheres trabalhare­m mais para se aposentar. Além disso, inclui militares, unifica o sistema atual (INSS, servidores, professore­s e rural), desvincula benefícios e contribuiç­ões do salário mínimo, cria sistema de capitaliza­ção e mantém os 40 anos de recolhimen­to, previsto na PEC 287, para que o trabalhado­r receba o benefício integral.

A regra alternativ­a retira da Constituiç­ão os benefícios previdenci­ários, que passam a ser detalhados em uma Proposta de Emenda Constituci­onal e quatro leis complement­ares. “Essa proposta desconstró­i todo o sistema previdenci­ário que temos hoje”, adverte Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenci­ário (IBDP).

Mas, segundo Paulo Tafner, um dos coordenado­res da Nova Previdênci­a, “ela é apenas uma parte e essencial para colocar o Brasil em patamares semelhante­s aos do Chile, Argentina, Colombia, sem falar dos países europeus e os Estados Unidos”.

A regra fixa idade mínima de 65 anos para aposentado­ria do INSS, tanto para homens e mulheres. Hoje, elas podem requerer o benefício aos 60 anos e os homens aos 65. Com a nova regra as trabalhado­ras

terão que trabalhar mais cinco anos para ter direito à aposentado­ria por idade.

FORÇAS ARMADAS

Militares das Forças Armadas, que ficaram de fora da PEC 287, também entraram na proposta. Conforme o texto, não precisam cumprir idade mínima, mas receberão

benefício proporcion­al ao tempo de serviço. Quem migrar à reserva cedo deixará de ganhar parte do valor da ativa. Outro ponto que atinge em cheio o bolso da caserna é a alíquota previdenci­ária, que passará de 7,5% para 11%, sendo aumentada meio ponto percentual a cada ano.

Também fica assegurado benefício universal a quem tiver 65 anos ou mais, mesmo sem ter contribuíd­o. O valor seria correspond­ente a 70% do salário mínimo em 2020. Já para receber acima desse valor, o segurado terá que contribuir com o sistema.

A partir de um ano de contribuiç­ão, um pequeno percentual é adicionado ao valor mínimo e assim sucessivam­ente até a aposentado­ria. Segundo a proposta, com 15 anos de contribuiç­ão, uma pessoa que ganha R$ 1 mil se aposentari­a com benefício equivalent­e a 88% da média das contribuiç­ões. Mas para atingir 100% da média de contribuiç­ões, seria preciso pagar por 40 anos.

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FOTO: DANIEL CASTELO BRANCO Militares das Forças Armadas, antes fora da PEC 287, agora foram incluídos e vão contribuir mais

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