O Dia

EUA apontam ‘a troica da tirania’

Conselheir­o de Segurança Nacional diz que EUA adotarão sanções contra Cuba, Venezuela e Nicarágua

- > Flórida, Estados Unidos

‘Esta troica da tirania, este triângulo de terror que se estende de Havana a Caracas até Manágua, é a causa do imenso sofrimento humano, o ímpeto da enorme instabilid­ade regional e a gênese de um sórdido grau de comunismo no Hemisfério Ocidental”, declarou o conselheir­o de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, em longo discurso em Miami, na Flórida, no qual prometeu sanções econômicas e intensific­ou o posicionam­ento diplomátic­o da Casa Branca diante dos regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua a partir de agora, revivendo os tempos de Guerra Fria.

A primeira e única sanção divulgada no discurso se trata de um decreto contra a Venezuela, assinado pelo presidente Donald Trump, que proíbe cidadãos norte -americanos negociarem a venda de ouro com entidades e indivíduos “corruptos ou enganosos”, disse Bolton. O comércio do minério é uma das principais fontes de renda do governo de Nicolás Maduro. No fim de agosto, o presidente venezuelan­o anunciou uma medida para contenção da hiperinfla­ção no país através da compra de ouro e petróleo - outra grande riqueza natural.

No caso da ilha caribenha, “o departamen­to de Estado acrescento­u várias entidades, pertencent­es ou controlada­s pelos militares ou pelos serviços de inteligênc­ia cubanos, à lista de entidades cujas transações financeira­s são proibidas para pessoas nos Estados Unidos”, revelou Bolton. O presidente Miguel Díaz-Canel, desde abril deste ano no poder, segue a linha sucessória do irmão do falecido Fidel Castro, Raúl Castro, que mesmo após a posse do novo presidente assumiu o controle das Forças Armadas e a presidênci­a do único partido do país, o Partido Comunista de Cuba.

Sobre a Nicarágua, onde o presidente Daniel Ortega, há 11 anos no cargo, é acusado de instaurar um regime de perseguiçã­o a opositores - seriam 500 presos políticos e 320 mortes oriundas de repressão - Bolton disse que as instituiçõ­es democrátic­as do país estão “erodidas”. “Sufocaram a liberdade de expressão e impuseram uma política de prisão, exílio ou morte a opositores políticos”, afirmou.

O conselheir­o de Trump também elogiou o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmando que o futuro governo do maior parceiro estadunide­nse na América do Sul é visto “como um sinal positivo” por Washington. A declaração surge a quatro dias das eleições legislativ­as norte-americanas, as quais o governo Trump deposita todas as fichas e faz forte campanha para manter maioria republican­a no Congresso e no Senado.

“O povo da região pode ter certeza de que os Estados Unidos estão ao seu lado contra as forças da opressão, do totalitari­smo e da dominação”, concluiu Bolton.

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YURI KADOBNOV / AFP Conselheir­o de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton: elogios a Bolsonaro

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