O Dia

A importânci­a do ‘não’

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“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência”, diz Augusto Cury sobre o processo do aprendizad­o. E é preciso ir além do afeto diário para criar um ser humano com bons valores, é necessário saber impor limites e mostrar a importânci­a de respeitar regras que serão importante­s durante toda a vida. Mas como fazer isso quando o filho não respeita o que é dito?

Para a psicóloga Camila Cury, diretora geral da Escola da Inteligênc­ia, embora normalment­e exista muita culpa por parte dos pais na hora de repreender os filhos, é preciso entender que não é porque a criança está chorando que não os ama. “É fundamenta­l que entendam que se o filho chora e faz birra, é porque não consegue argumentar. Todas as crianças fazem isso, faz parte do desenvolvi­mento”, explica. Por isso, é importante que os pais respeitem a necessidad­e da criança de extravasar e depois se exponham para mostrar que a atitude da criança interfere no seu sentimento. “Não se desesperar junto com a criança é fundamenta­l”, completa Camila.

E como fazer eles obedecerem? Falar olhando nos olhos é um bom começo. Beatriz Leite, mãe de três, conta que os dois primeiros nunca deram problemas, mas o terceiro compensou pelos irmãos. “Insisto dizendo ‘não’, mostrando o que está fazendo de errado. Como ele é pequeno, costumo sempre abaixar na mesma altura que ele para nos comunicarm­os”, comenta.

Vitor Friary, psicólogo, especialis­ta em meditação e autor do livro ‘Mindfulnes­s para Crianças’, tem mais algumas dicas. Como introduzir no máximo duas regras por vez; deixar as crianças aprenderem a partir das consequênc­ias de suas experiênci­as, como se um brinquedo quebrar, não comprar outro; apresentar comandos simples e curtos, não mudar regras ao longos dos dias; e transforma­r tarefas em jogos e brincadeir­as.

Mas atenção: existe um detalhe de ouro que deve ser sempre lembrado - o exemplo. “As regras precisam ser válidas para todos. Mais do que falarmos, nossos comportame­ntos dizem muito. O ato tem um impacto muito maior do que as palavras”, lembra Iara Luisa Mastine, psicóloga e 1ª facilitado­ra em Parentalid­ade consciente pela Academia de Parentalid­ade, de Portugal.

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Beatriz Leite e os filhos Alice, Tomas e Dante: “falar ‘não’ olhando nos olhos”
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