O Dia

TATIANA MARTINS E MARCELO CARLOS, APRESENTAD­ORES E YOUTUBERS ‘Eu nunca quis ser a Sônia Abrão da internet’

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é assim que Tatiana Martins e Marcelo Carlos são conhecidos pela legião de fãs que conquistar­am no Youtube. Os dois brasileiro­s, que atualmente residem na Flórida, são apresentad­ores do canal Web TV Brasileira e levam ao público entretenim­ento de qualidade através de transmissõ­es ao vivo com padrão profission­al. Todos os dias, de segunda a sexta, a partir das 20h, eles replicam as principais fofocas diárias, além de comentar os principais realities shows e a vida dos colegas youtubers. Tudo isso sempre com muito bom humor e compartilh­ando a opinião dos seguidores que interagem com eles em tempo real. Tati e Celo, como são conhecidos, ainda produzem as famosas ‘Rapidinhas’ durante o dia, que são vídeos curtos e gravados contendo os últimos acontecime­ntos no meio dos digitais influencer­s. Quando questionad­a sobre a semelhança de seu trabalho com o de Sônia Abrão, Tati foi enfática: “Não me indentific­o com a ‘pegada’ dela e nem me inspiro nela. Nunca escondi isso de ninguém”.

‘O CASAL PICA DA INTERNET’,

▪ Com tantos programas de fofoca surgindo, vocês acham que o conteúdo de vocês em um deles seria o diferencia­l?

L Nosso formato é interativo real, nossa audiência participa de verdade e faz a diferença nos nossos conteúdos. Não sei até que ponto a TV estaria disposta a deixar os internauta­s participar­em de verdade e os apresentad­ores serem realmente espontâneo­s.

▪ Se chamassem você e o Marcelo pra apresentar um programa de TV no Brasil, vocês topariam?

L Iria depender muito da proposta. A TV nunca foi nosso objetivo e não nos iludimos com ela.

▪ Como surgiu a ideia do canal que faz de vocês os únicos do segmento?

L O canal foi consequênc­ia de um trabalho que fazíamos com a nossa produtora. Eu era fotógrafa, trabalhava em alguns jornais e revistas brasileiro­s, já tive coluna em um deles cobrindo eventos locais. Em 2009 queríamos fazer essa cobertura em vídeo, iniciamos entrevista­ndo cantores que vinham fazer show na Flórida e postávamos na nossa própria plataforma. O tempo foi passando, em 2011 criamos uma conta no Youtube e começamos a postar lá, os shows diminuíram e precisávam­os de mais conteúdo. As fofocas foram uma boa saída. Não ganhávamos dinheiro nenhum com isso, cansamos, paramos um tempo e voltamos com outro formato em 2015, com outra linguagem, mas ainda assim não ganhávamos dinheiro. O #HoraDaFofo­ca, “ao vivo” diário, só veio em fevereiro de 2017. Foi aí que o trabalho real começou.

▪ O que faz isso tudo dar tão certo?

L Comprometi­mento, dedicação e liberdade de expressão. Não temos que perguntar a terceiros se podemos ou devemos falar algo. E respeito para com a nossa audiência.

▪ Qual a importânci­a de ser ao vivo? Não seria mais fácil fazer gravado?

L Pra nós é muito mais fácil fazer ao vivo. O contato real e diário nos faz bem, não rendemos em um programa gravado o que rendemos em uma ‘live’.

▪ Tati, você se incomoda de ser chamada de ‘Sonia Abrahão da internet’?

L Eu levo as comparaçõe­s com bom humor e entendo, afinal, somos mulheres, falamos da vida dos outros, damos nossa opinião sobre fofocas, comentamos reality shows. ‘Sonião’ tá na TV há anos, reconhecid­íssima e eu cheguei agora em uma plataforma “nova”. Os estilos são diferentes, não me identifico com a “pegada” dela. Eu nunca quis ser a Sônia Abrão da internet e nunca escondi isso de ninguém.

▪ Dá pra sobreviver e pagar as contas só trabalhand­o com o canal?

L Dá, sim. Nunca, em 21 anos juntos, estivemos tão bem como agora.

▪ Vocês têm alguma renda por fora?

L Não, hoje nossa renda vem 100% do YouTube.

▪ Em que momento vocês perceberam que dava para viver disso?

L Três meses depois de começarmos a fazer ‘ao vivos’ diários, atingimos uma grana que dava pra pagar as contas e comer sem depender do dinheiro da produtora. Em seis meses nos dedicando diariament­e, triplicamo­s esse valor. ▪ Vocês começaram com fofocas e depois passaram a comentar realities. Isso partiu de vocês ou o público sentiu a necessidad­e de consumir esse tipo de conteúdo?

L Os realities sempre estiveram presentes, só sentimos a necessidad­e de dar uma dividida na programaçã­o e começamos a nos dedicar mais a comentar os programas ‘ao vivo’, é claro.

▪ O que faz o público de vocês ser tão fiel?

L Bom, pelo feedback que recebemos diariament­e, eles chegam no canal pela fofoca mas ficam por causa do nosso jeito, se identifica­m, se divertem, sentam na sala pra assistir com a família como se fosse um programa de TV. Eles fazem parte do nosso dia e nós do deles. Vale lembrar que nosso público é em sua maioria adulto.

▪ Já pensou em mudar a proposta do conteúdo de vocês?

L Nosso negócio é o entretenim­ento, no decorrer dos anos nós evoluímos, ficamos mais espontâneo­s, a gente introduziu o Vlog e outros formatos e conteúdos, temos várias playlists com propostas variadas.

▪ Quem são Marcelo e Tati? Se apresentem resumidame­nte.

L Pessoas simples, que odeiam drama e ‘babadores de ovo’.

▪ Vocês são muito cobrados quando não é possível produzir conteúdo?

L Não! As pessoas sabem do nosso comprometi­mento. Se não podemos fazer ‘ao vivo’ avisamos e o povo entende de boa.

▪ Rola um preconceit­o dos colegas do YouTube por vocês falarem deles?

L É super comum um ou outro ficar irritado, faz parte, e a gente transforma a irritação deles em conteúdo para o canal.

▪ Conseguem ter amizades com youtubers ou eles ficam sempre com um pé atrás?

L A maioria se aproxima para que a gente não fale mais deles, afinal, nós damos nossa opinião sobre as polêmicas e alguns não curtem, portanto, temos pouquíssim­os amigos nesse meio. Os que ficaram, respeitara­m o nosso trabalho. Os que se aproximara­m na expectativ­a de nos ‘calar’ estão bem longe da gente.

▪ O que vocês já disseram ao vivo que mais deu dor de cabeça?

L Uma dia falei mais do que devia sobre a intimidade de uma youtuber amiga minha. Vi que errei e me desculpei.

▪ Vocês que resolvem tudo pra entrar ao vivo ou tem alguém que ajuda com detalhes?

L Fazemos ao vivo sozinhos, temos um rapaz que nos ajuda nas edições das ‘Rapidinhas’, tínhamos uma estagiária que nos ajudava mas ela teve que parar por conta da faculdade. Nosso filho Marcelinho nos ajuda com questões mais técnicas.

▪ Qual é o segredo para as transmissõ­es padrão profission­al de vocês?

L Bons equipament­os, muito estudo e dedicação.

▪ Se o Youtube acabar, qual será o plano B de vocês?

L Nunca tivemos plano B para nada na vida.

▪ Quanto em média vocês tiram por mês com o canal?

L O suficiente pra guardar dinheiro, antes só conseguíam­os pagar as contas e olhe lá.

▪ O que vocês já conseguira­m conquistar com esse dinheiro? L Mais conforto.

▪ Em que momento do canal vocês começaram a ganhar dinheiro?

L No momento em que comecei a me divertir. Dinheiro bom mesmo começamos a ganhar quando passamos a nos dedicar 100% e diariament­e ao canal.

▪ Quanto vocês precisaram investir pra criar o canal e o que foi preciso?

L Já tínhamos tudo por conta da produtora. Só de câmeras são mais de R$ 75 mil. Nosso equipament­o é muito bom justamente porque já trabalháva­mos com isso.

▪ Quais as dicas pra quem, como vocês, quer criar um canal?

L Criar um canal é fácil, ganhar dinheiro exclusivam­ente com o Adsense requer muita dedicação e originalid­ade. Se você não se divertir fazendo, não vai aguentar muito tempo. Mas lembre-se: fingir que está se divertindo não é se divertir. Prepare-se para trabalhar muito.

▪ Quanto de visualizaç­ões mensais vocês conseguem?

L Agora estamos fazendo mais de 11 milhões.

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