Extinção da Secretaria de Segurança, como promete Witzel, já aconteceu nos anos 80.
Ex-governador extinguiu pasta da Segurança em 1983. Medida será reempregada
Uma das propostas mais divulgadas pelo governador eleito, Wilson Witzel (PSC), durante a campanha eleitoral foi a extinção da Secretaria de Segurança Pública. O ex-juiz federal mantém a decisão e diz que quer dar status de secretários aos comandos das polícias Militar e Civil, tendo diretamente assim a palavra final em qualquer decisão da área. A medida da extinção já chegou a ser feita no estado.
Em 1983, no seu primeiro mandato como governador do Rio, Leonel Brizola acabou com a pasta. Na época, ele tirou a secretaria das mãos dos militares e colocou um profissional de cada corporação no comando das polícias, com status de secretários.
Assim foi por 12 anos, até que Marcello Alencar recriou a secretaria, entregando o comando da Segurança novamente a generais, com a justificativa de que militares poderiam reduzir os índices criminais do Rio.
O argumento principal de Witzel para acabar com a pasta é de que ela é usada como plataforma política. A extinção divide especialistas, mas entre os policiais, a medida é bem-vinda. “Vemos como positiva a proposta do governador Wilson, pois trará mais autonomia para as instituições policiais, além da economia com o enxugamento da máquina. Um gabinete integrado de segurança mais enxuto poderá fazer essa interação entre as polícias Civil e Militar com viés mais técnico e menos político”, disse o presidente do Sindicato da Polícia Civil, Marcio Garcia.
Já para José Ricardo Bandeira, presidente do Instituto de Criminalística e Ciências Policiais da América, a proposta irá fragilizar a integração dos órgãos. “A medida causa estranheza pelo seu caráter intempestivo sem qualquer estudo que possa comprovar a eficiência ou necessidade deste ato. Isso pode gerar graves problemas no ordenamento e integração das polícias no estado, que sempre foram rivais históricos, passando a partir de agora a não existir nenhum elo entre a Polícia Militar e a Civil”, afirmou.
Ainda segundo Bandeira, além da competição e distanciando entre as corporações se tornar maior, a decisão trilha caminho contrário a propostas adotadas em outros países, os quais conseguiram baixar os índices criminais com uma única polícia estadual, responsável por prevenir e investigar crimes.
Policiais aprovam extinção da pasta, mas especialistas em Segurança ponderam decisão