ENEM NA ERA DAS ‘FAKE NEWS’
Primeira etapa do exame 2018 teve menor índice de faltosos dos últimos anos
Primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio teve tema de redação sobre manipulação de usuários na web, boatos de que a prova seria cancelada e drama de candidatos atrasados, como a estudante Thais Dutra (foto).
Oprimeiro dia do Enem 2018, ontem, teve como destaque o tema da redação, que abordou a manipulação de usuários na web. Questões envolvendo direitos humanos também voltaram a ser tratadas nas provas de Linguagens e Ciências Humanas. A data coincidiu ainda com o início do horário de verão, o que levou candidatos a redobrarem a atenção. E, segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini, essa etapa registrou o menor índice de faltosos dos últimos anos.
O exame recebeu, ao todo, 5,5 milhões de inscrições no país. Desse total, 24,9% não compareceram para fazer o exame. A primeira fase foi realizada, então, por 4.139.319 pessoas. A segunda etapa, com provas de Ciências da Natureza e Matemática, será no próximo domingo.
Houve falta de energia elétrica em alguns locais de provas e, de acordo com o ministro da Educação, Rossieli Silva, 71 candidatos foram eliminados neste domingo por diversos motivos, como uso de ponto eletrônico.
Na redação, considerada ‘crucial’ para o bom desempenho no Enem, os alunos tiveram que discorrer sobre a ‘Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet’. Na era das redes sociais, especialistas consideram o tema de utilidade pública.
“Acho um serviço público levar essa discussão para a sala de aula. Estamos falando de segurança na internet, de como dados dos usuários podem traçar um perfil do consumidor e de certo grupo. E isso pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal”, explicou a professora de Redação do curso Descomplica, Carol Achutti.
Ela acrescentou que terão chances de conseguir boa pontuação aqueles que não forem “radicais” na sugestão de intervenção — solução sugerida para o problema.
Mas houve quem teve que adiar planos de entrar na faculdade. Os portões fecharam às 13h, e Thais Dutra, 20 anos, chegou cinco minutos depois. Ela saiu de Jacarepaguá para a Universidade Veiga de Almeida, no Maracanã: “Foi culpa do trânsito. Saí cedo, peguei BRT, trem e mototáxi para chegar”. Monique Moreira, 20, chegou cedo com a filha, mas esqueceu a identidade: “Depois trouxeram para mim, mas não deixaram eu pegar pela grade, fui empurrada para fora e trancaram os portões”.