O Dia

BOLSONARO ACABA COM MINISTÉRIO DO TRABALHO

Pasta será incorporad­a a outra área como parte do esforço para reduzir número de ministros do novo governo

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Criado por Getúlio Vargas logo após a Revolução de 1930, o ministério do Trabalho será extinto no último dia do ano. O presidente eleito Jair Bolsonaro confirmou que a pasta será “incorporad­a a algum ministério”, sem informar exatamente a qual ou dar maiores detalhes sobre a continuida­de das funções exercidas pela pasta.

Na terça-feira, diante de informaçõe­s que davam conta do fim da pasta, o ministério lançou uma nota destacando seus “88 anos de existência” como “casa materna” da classe trabalhado­ra brasileira. O comunicado afirma que “o futuro do trabalho e suas múltiplas e complexas relações precisam de um ambiente institucio­nal adequado”.

O ministério tem como principal atribuição a fiscalizaç­ão das condições de trabalho dos brasileiro­s, inclusive o combate ao trabalho escravo. A pasta também organiza e produz informaçõe­s sobre o mundo do trabalho e faz a administra­ção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhado­r (FAT), responsáve­l pelo seguro-desemprego e pelo abono salarial.

A Força Sindical criticou o anúncio por considerar a pasta “crucial, como órgão fiscalizad­or e como o equilíbrio das relações entre capital e trabalho”.

Já o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) disse que está “buscando interlocuç­ão com a equipe de transição” e que “o melhor caminho é a manutenção do ministério”.

17 MINISTÉRIO­S

Bolsonaro queria ter apenas 15 ministério­s em seu governo, mas diante de reações, trabalha agora com um número em torno de 18. A Controlado­ria-Geral da União também deverá permanecer com status ministeria­l. “Talvez 17, é um bom número”, disse o presidente eleito. “O que nós temos de ter é ministério­s funcionand­o sem interferên­cia política”.

O general Augusto Heleno, que era nome certo no Ministério da Defesa, foi deslocado ontem para o Gabinete de Segurança Institucio­nal, que exerce um papel de assessoram­ento direto à Presidênci­a. A Defesa deverá ser ocupada por outro militar, provavelme­nte da Marinha.

Uma nova pasta deverá ser criada, juntando atribuiçõe­s que hoje estão com Desenvolvi­mento Social e outras áreas. O principal cotado para o cargo é o senador Magno Malta, que não conseguiu se reeleger e vai ficar sem cargo a partir de janeiro.

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EVARISTO SA / AFP
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WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL Temer e o sucessor Jair Bolsonaro, durante encontro que teve até ‘tour’ no Palácio do Planalto

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