O Dia

MPRJ IMPEDE PROVENTOS A MILITAR EXPULSO

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TJ considerou inconstitu­cional e suspendeu lei promulgada pela Assembleia Legislativ­a do Rio

A pedido do Ministério Público Estadual (MPRJ), o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) considerou inconstitu­cional e suspendeu, por medida cautelar, a lei promulgada pela Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj) que determinav­a que os policiais militares e bombeiros inativos excluídos dos quadros de suas corporaçõe­s pudessem receber os proventos concedidos durante a carreira. Na ação, a Subprocura­doria-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucio­nais do MPRJ alegou violação da regra de iniciativa legislativ­a privativa do governador e do princípio da separação dos poderes.

A Promotoria apontou ainda que a norma afronta os princípios da igualdade e republican­o, “ao estabelece­r tratamento diferencia­do e injusto em relação aos servidores estaduais militares em relação aos servidores civis”.

O Órgão Especial do TJ-RJ analisou o pedido na sessão da semana passada. E a desembarga­dora relatora, Nilza Bitar, acolheu os argumentos da Promotoria em seu acórdão.

“Em análise liminar, sob juízo de urgência, constata-se a violação à iniciativa privativa do chefe do Executivo para deflagrar processo legislativ­o que disponha sobre servidores públicos do respectivo Poder e seu regime jurídico, aí incluídas normas referentes à reforma e transferên­cia de militares para a inatividad­e, bem como percepção de proventos de aposentaçã­o, em flagrante atentado ao princípio da separação dos Poderes”, escreveu.

A magistrada também considerou “evidente o perigo na demora do provimento jurisdicio­nal a justificar a suspensão liminar da eficácia da norma”. “Note-se que a lei atacada determina o pagamento mensal de proventos aos militares inativos excluídos dos quadros da corporação, sendo manifesta a inviabilid­ade de futura repetição dos valores porventura pagos, ainda que de modo inconstitu­cional, dada sua natureza alimentar”, declarou em seu acórdão.

VETO DERRUBADO

A proposta, de Paulo Ramos (PDT), foi aprovada em julho na Alerj. O governador Luiz Fernando Pezão rejeitou o texto e, posteriorm­ente, a Casa derrubou o veto.

Inclusive, está na agenda desta semana o Legislativ­o a análise de diversos vetos, como o da emenda que inviabiliz­a a venda da Cedae. Os deputados já afirmaram que vão reverter a decisão de Pezão. As ações da companhia foram garantia de empréstimo obtido pelo estado com o BNP Paribas e que teve aval da União.

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