Witzel anuncia sete nomes do governo
Ele oficializou o fim da pasta de Segurança e apresentou sete nomes para sua equipe
Marcus Vinicius Braga será o chefe de Polícia Civil e o coronel Rogério Figueiredo comandará a PM, como O DIA antecipou. Um dos secretários é Lucas Tristão, sócio do governador eleito em um escritório de advocacia.
Com o anúncio oficial da extinção da Secretaria de Segurança Pública ontem, o governador eleito Wilson Witzel divulgou os dois homens-fortes das polícias Civil e Militar, que ganharam status de secretários de estado. Como a coluna Informe do Dia antecipou, o delegado Marcus Vinicius Braga comandará a Civil e o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, a PM, como O Dia Online publicou em primeira mão. Enquanto Braga é considerado um policial operacional, Figueiredo é conhecido por defender a redução dos confrontos desnecessários. Ao todo já são 11 nomes do alto escalão, entre eles, o coronel Roberto Robadey Jr., da Secretaria de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, que integra o staff do governador Luiz Fernando Pezão. Atualmente, há 18 secretarias, e a ideia é reduzir para um número que fique entre 11 e 12.
Na área da Segurança, Witzel planeja combater a estrutura do tráfico de drogas, principalmente com relação a lavagem de dinheiro e a logística, com a apreensão de armas e drogas. “O resto é enxugar gelo”, disse. O governador eleito esclareceu que os convênios, especialmente com a União, assinados pela Secretaria de Segurança serão absorvidos pela Polícia Civil. “Mas é preciso entender que ainda não terminamos o período de transição”, explicou Witzel, que descartou a possibilidade de acabar com a Secretaria de Administração Penitenciária. No entanto, ainda não há um nome fechado para assumir a pasta.
NOVA ESTRUTURA DESENHADA
Com o fim da Secretaria de Segurança, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), que terá como titular o delegado Marcus Vinicius Amim, volta para a estrutura da Polícia Civil, enquanto a Corregedoria Geral Unificada (CGU), que faz procedimentos administrativos para policiais civis, militares e bombeiros, vai para a Controladoria Geral do Estado, que terá à frente o delegado da Polícia Federal Bernardo Cunha Barbosa. O órgão é responsável por fiscalizar servidores civis.
O secretário de Polícia Civil, Marcus Vinicius já montou parte de sua equipe. Para o comando do Departamento Geral de Polícia Especializada, Delmir Gouvea; Antônio Ricardo Nunes, titular da Delegacia de Meio Ambiente ocupará a diretoria das Delegacias de Homicídio. A escolha não afeta os rumos das apurações das mortes da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista Anderson Gomes. O crime ocorreu em março e os assassinos continuam soltos, mas os investigadores garantem aos generais responsáveis pela Intervenção Federal que encerram o caso este ano. Um dos cotados para a Corregedoria da instituição é o delegado Gladston Galeano.
O comandante da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda, tem 49 anos, dos quais 28 anos dedicados à corporação, e atualmente é o coordenador das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O oficial possui especializações em Comunicação Social e em Educação Física, além do Curso Superior de Polícia Integrada e possui MBA em Gestão de Segurança Pública.
Nos bastidores, a maior polêmica é a extinção da Secretaria de Segurança, que atuou no combate à corrupção policial (com a Draco-IE e também com o trabalho da Subsecretaria de Inteligência). Para o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinicius Cavalcante, o Rio será o único estado da federação a não ter um órgão desse tipo acima das polícias Civil e Militar.
“Acho que a secretaria deveria ficar mais enxuta. Mas não acabar”, analisou Vinicius Cavalcante. Na opinião do especialista a falta da pasta vai prejudicar a integração entre as forças. Para blindar o governador eleito, Cavalcante sugeriu a criação de uma Subsecretaria de Inteligência diretamente ligada ao gabinete do governador eleito, Wilson Witzel.