PM fura bloqueio do Exército na Baixada e seu carro é fuzilado
Soldado teria confundido militares com bandidos. Ele morreu no local após a troca de tiros
A Polícia Civil apura se o soldado da Polícia Militar morto a tiros após furar bloqueios do Exército em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na manhã de ontem, teria confundido militares com criminosos que atuam na região. O PM Diogo Gama Alves Mota, de 35 anos, passava pela via escura, por volta das 5h, quando seguia para Tijuca. Seu carro foi atingido por mais de 30 disparos. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para investigar o caso.
O soldado morava a 1 km do local do crime e seguia em seu carro para o 6º BPM (Tijuca), onde pegaria uma viatura para buscar o comandante da UPP Andaraí, onde era lotado. Uma fonte da Polícia Civil disse ao DIA que o policial desceu do carro ao ver os militares, descarregou sua pistola e voltou para o automóvel, um Kia Cerato. Nesse momento os militares revidaram com vários disparos. Moradores contaram que a blitz estava mal sinalizada.
Diogo já estaria baleado quando bateu no carro de um morador que estava no segundo bloqueio, a 500 metros, o que provocou novos disparos dos militares. O motorista, Carlos Cesar de Azevedo, 66, foi baleado na perna.
“Foi uma fatalidade. A noite não daria para o policial identificar os miliares”, disse o agente. O soldado era casado e pai de um menino de 8 anos. “Ele jamais iria atirar. Acredito que ele tenha se assustado e confundido os militares. Ele era um moleque bom de coração, que ajudava todo mundo”, contou o eletricista Renato Alves, 28, primo de Diogo.
O tio do policial reforça: “Pela conduta do Diogo, ele jamais iria atirar no Exército. Ele era motorista do comandante e levava muito a sério a polícia. O meu sobrinho era apaixonado pela profissão e respeitava o que fazia”, destacou Francisco Assis Alves, 48.
Segundo o Comando Militar do Leste, Diogo descumpriu uma ordem de parada e atirou contra os militares. Além da Polícia Civil, o Exército também fez perícia no local.
As Forças de Segurança montaram, desde a madrugada de ontem, operações em 18 comunidades de Belford Roxo, com mais de 3 mil militares.