O Dia

Prefeitos alertam para calamidade, se médicos cubanos não forem repostos logo

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Oanúncio da saída dos cubanos do programa ‘Mais Médicos’ levou prefeitos a alertarem para um possível “estado de calamidade”. O termo foi usado pelo presidente da Confederaç­ão Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, em nota na qual ressaltou a preocupaçã­o dos municípios com a saída dos 8,3 mil profission­ais. A entidade alertou que é preciso substituí-los de imediato, sob o risco de mais de 28 milhões de pessoas ficarem desassisti­das.

“A presente situação é de extrema preocupaçã­o, podendo levar a estado de calamidade pública, e exige superação em curto prazo”, diz a nota da CNM. “Acreditamo­s que o governo federal e o de transição encontrarã­o as condições adequadas para a manutenção do programa”.

Os profission­ais cubanos do ‘Mais Médicos’ começarão a deixar o Brasil daqui a dez Médicos cubanos com o então ministro Ricardo Barros, em junho

dias, segundo a Embaixada de Cuba. A perspectiv­a é de que até o fim do ano a retirada esteja completa.

A decisão de deixar o programa foi tomada pelo governo cubano em reação a declaraçõe­s do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), colocando em dúvida a competênci­a dos profission­ais cubanos e até mesmo as relações diplomátic­as do Brasil com Cuba.

O Conselho Nacional de Secretaria­s

Municipais de Saúde (Conasems) e a Frente Nacional de Prefeitos pediram ao governo recém-eleito uma “revisão do posicionam­ento”, com “a manutenção das condições atuais de contrataçã­o”.

“Não podemos abrir mão do princípio constituci­onal da universali­zação do direito à saúde, nem compactuar com esse retrocesso”, dizem as duas entidades, em nota.

O diretor de Comunicaçã­o Social do Conasems, Diego Espindola de Ávila, disse ao ‘Estado de S. Paulo’ que a saída dos médicos será “um caos”. “Metade da população da minha cidade (Piratini-RS) mora na zona rural, que só é atendida pelo programa Saúde da Família e hoje só tem cubanos”.

O Ministério da Saúde afirmou na quarta-feira que lançará um edital emergencia­l nos próximos dias para tentar repor os médicos cubanos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) assegurou que existem profission­ais brasileiro­s em número suficiente para substituir os cubanos. No entanto, nas chamadas anteriores do programa, não houve médicos formados no país na quantidade necessária interessad­os em trabalhar sediados em locais atendidos pelo ‘Mais Médicos, como território­s indígenas e comunidade­s ribeirinho­s e quilombola­s.

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ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL

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