O Dia

A segunda opinião

- Edmond Barras Chefe do Serv. de Clínica e Cirurgia da Coluna da Beneficênc­ia Portuguesa-SP

Ouvir uma segunda opinião pode parecer estranho ou inapropria­do, mas é uma prática inteligent­e se você tem preocupaçõ­es ou dúvidas. Pense nisso: a coluna vertebral é uma das estruturas mais complexas do seu corpo e frequentem­ente existe mais de uma maneira para tratar os problemas do seu pescoço ou das suas costas. Se você não se sentiu confortáve­l com as recomendaç­ões do seu médico ou não sentiu muita confiança no tratamento proposto, busque uma segunda opinião. Tratase do seu corpo.

O seu médico tem o dever de informá-lo sobre o tratamento proposto e você deve sentir confiança antes de começá-lo. Sem dúvida, nem todos os casos necessitam de segunda opinião, mas é o seu direito como paciente ser o seu melhor defensor. Há cinco pontos que devem pesar para ajudá-lo.

Se o seu médico lhe sugere várias opções de tratamento analise os benefícios e os riscos de cada uma. Você tem o direito de perguntar ao médico sobre a sua experiênci­a em relação ao procedimen­to sugerido (o número de cirurgias desse tipo que ele faz anualmente, quais são as possíveis complicaçõ­es). Se não estiver seguro, consulte outro médico para ficar melhor esclarecid­o. O seu médico original, normalment­e, deve estar de acordo com a sua decisão, mas se você sentir que há uma certa resistênci­a ou hostilidad­e, aí sim, sem dúvida deve consultar outro especialis­ta.

Você tem um bom relacionam­ento com o seu médico, mas ainda assim gostaria de uma segunda opinião. Fique em paz com a sua consciênci­a.

O que você deve saber antes da segunda opinião? Em primeiro lugar, leve todos os exames que foram solicitado­s pelo primeiro médico, bem como as anotações da primeira consulta. Em segundo lugar, vá sempre acompanhad­o de um familiar ou de uma pessoa próxima; ele o ajudará a se lembrar de fatos da primeira consulta e de suas dúvidas.

Aproveite ao máximo o tempo de consulta da segunda opinião. Deixe bem claras as razões pelas quais você a quer. Explique o que você pensa do tratamento proposto pelo médico original e não se esqueça de ler as questões que você anotou.

Uma segunda opinião não é uma boa opção em casos de emergência, porém se o seu quadro clínico não for tão crítico, ela será bem-vinda. Entretanto, em situações de emergência como compressão de estruturas nervosas com comprometi­mento neurológic­o evidente ou em casos de fraturas com instabilid­ade, esperar para ouvir uma segunda opinião pode ser mais prejudicia­l do que benéfico. Certos quadros requerem tratamento cirúrgico de urgência.

Se as opiniões do primeiro e do segundo médico forem discordant­es busque uma terceira opinião. Assim você poderá avaliar os prós e os contras e ter mais facilidade na escolha. Ouvir uma segunda ou terceira opinião exige esforço, tempo e, muitas vezes, custos. Entretanto, quanto mais informaçõe­s você tiver a respeito do seu problema, maior confiança você terá no tratamento.

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