O Dia

CEDAE: COSTURA POLÍTICA PODE MANTER VETO

- PALOMA SAVEDRA SERVIDOR e-mail: paloma.savedra@odia.com.br

O veto do governador Pezão à emenda que impede a venda da Cedae está marcado para ir ao plenário da Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj) no próximo dia 27. O cenário é de que a Casa vai reverter, por unanimidad­e, a decisão do governo. Só que a medida representa o risco de o estado sair do Regime de Recuperaçã­o Fiscal (RRF), e, por isso, não só Pezão como o governador eleito, Wilson Witzel (PSC), também quer que o veto seja mantido. E a costura política ainda não aponta para essa possibilid­ade.

Nos bastidores, algumas saídas foram apontadas. Uma alternativ­a é a emenda seguir rejeitada caso Pezão envie à Alerj um outro projeto de lei que autorize a alienação de 49,99% das ações da companhia, enquanto o estado ficaria com 50,01%.

Essa proposta também poderia ser apresentad­a pelo Legislativ­o. Outra opção é a própria articulaçã­o com os deputados que não foram reeleitos e também com aqueles que possam formar a base do próximo governo.

Até agora, nada foi definido. E com a derrubada do veto, o Conselho de Supervisão da recuperaçã­o fiscal do Rio poderá re-

comendar o fim do acordo feito entre a União e o governo fluminense. Isso porque o Estado do Rio recebeu empréstimo de R$ 2,9 bilhões do BNP Paribas com aval do Tesouro Nacional e as ações da companhia como contragara­ntia.

Sendo a União a avalista da operação financeira, poderá federaliza­r a Cedae, caso o estado não quite a dívida até 2020. Foi o que garantiu o Conselho de Supervisão.

“Em dezembro de 2020, o Estado do Rio terá que pagar o empréstimo contratado com o BNP Paribas e também pagar parte da dívida do estado com a União, conforme previsto no Plano de Recuperaçã­o Fiscal do Rio. Uma vez não havendo recursos para quitar o empréstimo, sem a venda da Cedae, a União irá acionar a sua contragara­ntia”, declarou o conselho por nota.

Os conselheir­os afirmaram também que a privatizaç­ão da Cedae foi um dos compromiss­os assumidos pelo Rio para aderir à recuperaçã­o fiscal, “uma vez que a venda de estatais dos setores financeiro, de energia, de saneamento e outros é um dos pré-requisitos de adesão ao regime”.

Uma alternativ­a é a emenda seguir rejeitada, caso Pezão envie à Alerj um outro projeto de lei

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