O Dia

Nem o atual governo acredita na aprovação da PEC 287

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■ A aprovação da Reforma da Previdênci­a não é um tema que una a opinião de membros do governo atual. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, demonstrou pouca esperança de que mudanças na Previdênci­a sejam aprovadas neste ano. “Se conseguir, ótimo. Mas, se não aprovar, é o fim do mundo? Não. O mercado espera a aprovação da reforma no próximo ano”, afirmou Mansueto.

“O ‘grosso’ da Reforma da Previdênci­a é constituci­onal”, argumentou o secretário do Tesouro, que foi confirmado e permanecer­á na gestão do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

Enquanto uma mudança na Constituiç­ão Federal exige o voto de 3/5 dos parlamenta­res, em dois turnos de votação, tanto na Câmara quanto no Senado, a aprovação de um projeto de lei ou de medida provisória precisa de maioria simples.

As alterações não são fáceis de serem aprovadas. Michel Temer, diante da falta de apoio parlamenta­r e do aperto nas contas públicas, chegou a enviar uma medida provisória para aumentar de 11% para 14% a contribuiç­ão previdenci­ária dos servidores, mas terminou barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A equipe de Bolsonaro já mudou o discurso sobre a Previdênci­a várias vezes. Na campanha, defendeu um projeto novo, com base em contas individuai­s. Após a eleição, o capitão da reserva disse que o projeto de Temer era “remendo novo em calça velha” e falou em fazer uma reforma justa. Ele chegou a citar como exemplo a ampliação em um ano do tempo de trabalho para servidores. Mas não tocou mais no assunto.

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