Mais de 400 feridos em protesto
No segundo dia de protestos, os franceses continuaram ontem nas ruas com várias manifestações contra o aumento do imposto sobre os combustíveis. Os confrontos já deixaram, pelo menos, 409 feridos, dos quais 14 em estado grave. Uma manifestante de 63 anos morreu atropelada e 282 pessoas foram presas. O grupo, que bloqueou no sábado rodovias em todo o país, manteve ontem a interrupção do tráfego de veículos em 150 localidades da França, segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner.
Os manifestantes não são liderados por sindicatos, e políticos foram evitados, embora alguns membros da direita e da extrema-direita francesas tenham se aproveitado do movimento contra o governo do presidente Emmanuel Macron.
A manifestação dos “coletes amarelos”, uma referência à jaqueta que os motoristas devem usar para ter maior visibilidade em caso de acidente na França, se volta contra a alta do preço dos combustíveis e um imposto ecológico e tem o apoio de 73% dos franceses, conforme o instituto de opinião Elabe.
O governo francês anun- ciou na quarta-feira medidas para ajudar famílias mais pobres a cobrir gastos com energia, mas manteve o imposto sobre o combustível que desencadeou nos protestos.
A nova taxação começará a ser aplicada em 1º de janeiro de 2019 e significa aumento de 6,5 centavos de euro por litro de gasóleo e 2,9 centavos por litro de gasolina. O governo também anunciou bônus de até 4 mil euros para incentivar 20% das famílias mais pobres a trocar de carro e comprar versão menos poluente. Até agora, o bônus era de até 2,5 mil euros para mudar o carro antigo.