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- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Primeiro episódio de ‘Ilha de Ferro’, série com Cauã Reymond para a Globoplay, ganha exibição especial hoje na TV Globo. Trama se passa em uma plataforma de petróleo.

Traição, sexo, assassinat­os, tráfico de drogas, tiroteios, tensão e explosão. A rotina de petroleiro­s que vivem metade da vida embarcados e a outra metade em terra, os dramas em alto-mar, no ar e as relações com familiares são só alguns dos ingredient­es de ‘Ilha de Ferro’, série produzida pela Globo exclusivam­ente para o Globoplay (plataforma de streaming). A obra foi criada e escrita por Adriana Lunardi e Max Mallmann, morto em 2016. “Quando estávamos no episódio oito, Max morreu. ‘Ilha de Ferro’ é uma justa homenagem a ele”, diz a autora.

‘TELA QUENTE’

Os 12 episódios estão no site desde a última quarta-feira. Mas hoje a Globo dá uma força e exibe o primeiro capítulo na ‘Tela Quente Especial’, a partir das 22h40. “Hoje em dia, o que eu mais gosto de fazer é serie. Fiz escolhas para estar nesse projeto. Neguei personagen­s muito interessan­tes em veículos muito fortes e potentes para estar aqui”, diz Cauã Reymond, que viveria Gabriel, papel de Bruno Gagliasso, em ‘O Sétimo Guardião’, da Globo, e parece não ter se arrependid­o da decisão. A aposta no produto é tanta que a segunda temporada já está sendo gravada e uma terceira foi encomendad­a.

“O projeto exigiu de todo mundo, principalm­ente, um maior esforço físico de quem estava na plataforma. Do meio para o final, a trama toma um lugar de suspense. Mas temos momentos muito pesados de drama, principalm­ente para o meu personagem (Dante) com Bruno (Klebber Toledo), Leona (Sophie Charlotte) e Júlia (Maria Casadevall). Na história, Dante (Cauã) é casado com Leona, mas ela o trai com Bruno, irmão de Dante. “Ser corno não é fácil (risos)”, brinca Cauã.

ATOR ENFORCADO

Klebber Toledo conta que se sente honrado por fazer parte do elenco. Ele lembra que, quando Afonso Poyart, diretor artístico da série, o viu, não botou muita fé de que o ator (louro) poderia ser irmão de Cauã (moreno) na ficção. “Eu falei: ‘Olha meu irmão, cara, ele é moreno’ ”, confessa, aos risos.

Depois de conquistar o voto do diretor, Klebber diz que durante o teste fez uma cena com Cauã. “No meio da cena, eu olhava no olho dele (Cauã), e ele esperava o momento que eu estava desprepara­do para me enforcar. E ele me enforcou. Eu acho que o Afonso gostou, porque ele repetiu umas seis vezes (risos). Eu lembro que durante o teste eu pensei: ‘Pô, se eu não pegar esse personagem’. Foi isso. Obrigado desde o começo”, revela Toledo.

A relação entre Dante e o irmão caçula é espinhosa. E tudo piora quando o petroleiro descobre pela mulher que ela dormiu com Bruno. Leona é uma estudante de Direito, que tem uma personalid­ade multifacet­ada. Em poucos minutos, vai da euforia ao desespero sem motivo, ou com motivos que só ela entende. Do marido, ela exige o carinho e a proteção de um pai, ao mesmo tempo em que faz um jogo erótico.

“Me interessa muito como mulher e artista o que eu não entendo. E a Leona na minha primeira leitura, contato, me trouxe uma noção de abismo. Foi um processo rico de aprendizad­o, descoberta como atriz, mulher, ser humano, e esse é o ganho desse ofício. Acho ela interessan­te pelo contrapont­o que propõe do mar com a terra, e dos conflitos, desse isolamento inverso. Ela está sempre nessa loucura do abismo dela, mesmo estando em terra, enquanto os outros personagen­s estão no mar”, justifica Sophie.

CULPA

Depois da notícia da traição cair como uma bomba no organizado mundo caótico de Dante, ele vai tirar satisfação com o irmão, que é piloto de helicópter­o. Durante um voo, eles discutem, e a aeronave cai. Dante sai ileso do acidente, mas Bruno é hospitaliz­ado em coma. Se na terra a vida do herói trágico está de pernas para o ar, no mar não será diferente.

Dante é um engenheiro especialis­ta em produção e coordenado­r de produção da PLT-137. Profission­al experiente, espera assumir o posto de gerente de plataforma. Mas quem chega e assume a vaga é a disciplina­da e valente Júlia (Maria Casadevall), uma engenheira de produção, que é neta do presidente do Sindicato dos Petroleiro­s, João Bravo (Osmar Prado), e filha do Ministro de Minas e Energia, Horácio Bravo (Herbert Richers Jr).

“A lente foi muito sensível captando a potência do que a gente viveu. O que vocês vão ver foi muito próximo da nossa experiênci­a de vida como atores, artistas. Foi um mergulho vertical nesse processo”, frisa a atriz.

PROJETO CARO

Para Afonso Poyart, diretor artístico de ‘Ilha de Ferro’, quando ele foi chamado para dirigir a produção e viu a quantidade de cenas de ação, não pensou duas vezes. “Falei para a Globo: ‘Tem um jeito de fazer isso: o jeito certo. Não vai ser barato, não vai ser fácil, vai levar um tempo, vamos ter um número de diárias diferencia­do para os projetos de série’. E a Globo peitou isso e falou: ‘Vambora’. Falei que precisaria do elenco que eu quisesse e eles me deram carta branca. Foram 130 dias filmando. Filmamos na água, céu, na terra e no fogo. Foi intenso e visceral”, resume.

RÉPLICA DE PLATAFORMA

Poyart conta que ele e a equipe precisaram driblar a questão de não conseguir filmar muito tempo em uma plataforma de verdade — eles tiveram aproximada­mente cinco dias em uma plataforma da Petrobras ancorada em Angra dos Reis. “Realmente, entrar em uma plataforma e fechar ela, filmar uma cena, são milhões de dólares”, conta.

Para dar conta das cenas restantes, os profission­ais contam com uma réplica de uma plataforma de exploração de petróleo de quase 3 mil m² erguida nos Estúdios Globo, que concentrou quase 60% das cenas da primeira temporada da série.

“E tudo que vocês vão ver é uma mistura de várias técnicas. Tem a réplica, tem uma refinaria de petróleo, que a gente usou para algumas cenas, temos a casa de máquinas de um navio, o convés de um navio, cenários em estúdio. A mistura de tudo isso faz a gente, na hora dos cortes, da mágica, parecer que está em uma plataforma, quando na verdade é uma mistura de muita coisa. Foi um desafio porque é um grande quebra-cabeça para a produção”, diverte-se.

CERTIFICAD­O

Tanto o diretor quanto todos os envolvidos nas cenas da verdadeira plataforma de petróleo tiveram que fazer um curso de aproximada­mente uma semana. “É um curso que prepara a gente para o caso de um acidente. Se o helicópter­o cair no meio do mar, o curso ensina como a gente sair do helicópter­o e não afundar dentro dele”, frisa Poyart, que tem o tal certificad­o, assim como Cauã e Maria Casadevall, entre outros. “É um universo tão arriscado que uma plataforma de petróleo é nível seis (de segurança). Para você ter uma ideia, uma usina nuclear é nível seis também. É um ambiente extremamen­te perigoso e hostil. Não é lugar para equipe de filmagem”, diz.

Na série, Cauã Reymond é o engenheiro Dante, que tem a vida virada ao avesso após descobrir a traição de sua mulher com seu irmão. “Ser corno nãoéfácil”,brinca o ator

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REPRODUÇÃO
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Dante (Cauã Reymond) e Bruno (Klebber Toledo) em ‘Ilha de Ferro’
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No alto, Cauã Reymond com Sophie Charlotte e Klebber Toledo; e o ator com Maria Casadevall. Abaixo, Cauã em diferentes momentos da série com o elenco
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