Evento estimula criações que misturam a bebida com cerveja, refrigerante, vinho e até com café
Cachaça dá um ‘upgrade’ no caixa
Os bares do Rio estão trabalhando novas possibilidades de conquistar clientes e lucros à base da cachaça, para além da tradicional caipirinha. Representantes de 20 estabelecimentos da cidade criaram opções exclusivas que misturam a bebida tipicamente brasileira com cerveja, refrigerante, espumante e até com café. O ‘Festival Cachaças do Rio — Coquetelaria e Gastronomia’ conta com oito marcas patrocinadoras, todas do Estado do Rio, que é o segundo maior exportador do nosso destilado. Os drinks vêm harmonizados com petiscos em combinações que, durante o evento, serão avaliadas por um grupo de jurados. Os vencedores serão anunciados no dia 1º de dezembro. Já o público apenas degusta.
“Os clientes estão se surpreendendo com a mistura que fizemos de cachaça, cerveja e café no mesmo drink. E todos os elementos têm a mesma presença, não há nenhum sabor secundário”, explica o barista e especialista em cachaça Yansel Galindo sobre o drink ‘O Bom da Carioca’, do Café do Bom Cachaça da Boa, no Centro. A bebida, que ainda leva licor de cacau e clara de ovo pasteurizada, é servida com um petisco de fatias finas e pequenas de queijo emental com casca de laranja.
Em suas criações, os estabelecimentos participantes do festival procuram investir em suas especialidades. Se o bar de Yansel apostou no café, um dos carros-chefes da casa, o Canastra Bar, de inspiração francesa, criou uma bebida que mistura espumante com cachaça e frutas. O drink se chama ‘Ela’ e tem tom rosa devido à mistura com xarope de hibisco. O petisco que o acompanha é o Gravlax de
Com ações como o festival, queremos aumentar em 50% a compra de cachaça por estabelecimentos do Rio em dois anos CARLOS CORRÊA, presidente da Apacerj
Salmão. “Ele também é único, pois leva a mesma cachaça em sua composição”, diz Ariny Bianchi, gerente-geral do Canastra Bar, em Ipanema.
Ela conta que o drink não está no cardápio e é sugerido pelos garçons. Quando ouvem falar na combinação de cachaça com espumante, diz Ariny, os clientes ficam curiosos e pedem para experimentar. “Estamos investindo cada vez mais na criação de drinks inusitados. Isso é uma forma de fazermos o público aceitar novas propostas que envolvam a cachaça do Rio na composição de bebidas”, aponta a gerente do Canastra Bar.
DIVULGAÇÃO INTERNACIONAL
Um dos proprietários do Explorer Cocktail Bar, em Santa Teresa, Zion Sadlon explica que o estabelecimento apostou nas releituras de drinks internacionais a partir do acréscimo da cachaça fluminense. No festival, o Explorer concorre com o ‘Bom Motivo’, uma versão do clássico coquetel italiano negroni. “Mas nós substituímos o
gim pela cachaça Magnífica. A bebida ainda leva casca de laranja Bahia, zimbro Campari e vermute. E é envelhecida em barril de carvalho, o que traz um gosto amadeirado”, explica Zion.
Para ele, que atende principalmente clientes estrangeiros em seu estabelecimento, o evento contribui para a divulgação internacional da cachaça brasileira. “Quanto mais opções de drinks com cachaça tivermos, mais presença ela terá no mundo”, opina.