DOIS PMS SÃO PRESOS EM OPERAÇÃO CONTRA QUADRILHA QUE VENDIA GÁS COM ÁGIO NO COMPLEXO DO ALEMÃO.
Xará comandava, do Pará, o esquema na Penha e no Alemão. Intensa troca de tiros assustou moradores
Auma distância de mais de 3 mil quilômetros, o traficante Marcelo Fonseca de Souza, o Marcelo Xará, comandava desde a venda de drogas ao monopólio de venda de botijões de gás em quatro favelas da Zona Norte. Ontem, a polícia cumpria mandado de prisão contra ele e outras 12 pessoas, incluindo dois policiais militares, que podem se expulsos da corporação. A operação batizada de Butano foi desencadeada pela Polícia Civil e por policiais da UPP Fazendinha.
De Belém do Pará, Xará, que estava evadido do sistema prisional desde junho, tinha uma vida de luxo e dava ordens. Entre elas, a venda forçada de gás de cozinha que comerciantes eram obrigados a vender nos arredores dos complexos da Penha e do Alemão.
Segundo a polícia, esse comércio rendia um lucro de R$ 2 milhões por mês ao tráfico. O fornecedor dos botijões foi identificado como Alan Lobo Silva, integrante da quadrilha.
“Os traficantes minavam a concorrência ao obrigar os comerciantes, através de ameaças, a comprarem apenas os botijões contrabandeados, vendidos entre R$ 60 e R$ 80”, afirmou o delegado Roberto Cardoso, titular da 44ªDP (Inhaúma). O titular da 44ª ainda informou que restam 11 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos, além de material recolhido que pode ajudar os agentes na continuidade das investigações. Lúcio Mauro Gomes, apontado pela Polícia como contador do grupo, também foi preso.
Xará comandou a ação de invasão do Morro dos Macacos, em 2009, de dentro do presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio, que resultou na queda de um helicóptero da Polícia Militar, com a morte de três policiais. Na ocasião, ele foi transferido
para um presídio federal. Depois de retornar ao Rio, a pedido da defesa, conseguiu a progressão do regime para o semiaberto em junho deste ano, mas não retornou à unidade prisional. Ele cumpria pena desde 1994 por tráfico, sequestro e homicídio. No Pará, ele conseguiu tirar Carteira de Habilitação e título eleitoral. Morava em um apartamento cujo aluguel
era de R$ 5 mil mensais. Ontem, ele retornou ao Rio, escoltado.
Por volta das 6h de ontem, quando a Operação Butano foi deflagrada, houve uma intensa troca de tiros entre policiais e traficantes. Um helicóptero blindado e um caveirão foram utilizados na operação.