O Dia

E você faz pela paz?

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por ele antes do desenhista ter um AVC, em setembro. Hoje, ele está se recuperand­o.

“Ziraldo hoje é a única pessoa viva que participou da Feira desde o comecinho! Quando fomos conversar, vimos que tudo que as pessoas precisavam era de paz. Ele pegou o ‘paz na Terra’, que é bíblico, e colocou o ‘nossa’. Ficou ótimo! Os temas têm sempre a ver com o que estamos vivendo no momento”, conta Clarice, que está envolvida com a Feira da Providênci­a desde 1986. Na época, recém-formada em Arquitetur­a, iniciou-se como voluntária do Banco. “Tinha uma tia que era voluntária. Houve um problema com a equipe e comecei a ajudar. Me apaixonei pelo trabalho”.

Aliás, se você não sabia, o boneco sorridente e de braços abertos que aparece nos cartazes da Feira, tem um nome: Bocão. Também é criação de Ziraldo, naquele traço reconhecív­el à primeira vista. “Eu sempre falei para ele: ‘Tô achando que esse Bocão é o Menino Maluquinho sem a panela na cabeça...’”, brinca Clarice. “E com certeza é ele, né? O Bocão já faz parte da vida das pessoas. Muita gente diz que fica feliz só de ver o galhardete do evento com a imagem dele. As pessoas vão comentar na página do evento, e falam isso”.

RENOVAÇÃO

A feira vem acontecend­o desde 1978 no Riocentro (nos primeiros tempos, ocupava uma parte do calçadão da Lagoa Rodrigo de Freitas) e já atraiu por edição um público estimado em meio milhão de pessoas. Anualmente, nos últimos tempos, tem atraído cerca de cem mil pagantes. Clarice conta que que renovar a atração anualmente e fazê-la continuar interessan­te (e renovar seu público) é tarefa heroica.

“São 58 edições! É algo bem desafiador. Tivemos atrações que tiveram muito a ver com a sociedade em que vivíamos, com as épocas, durante esse tempo todo. A essência da Feira é ser um programa para a família inteira, um programa sócio-cultural para todos, da criança à terceira idade”, conta. Clarice, ressalte-se, é ciente de que o formato pede mudanças, mas tem limitações, que precisam ser respeitada­s.

“Estamos sempre diversific­ando a gastronomi­a, as barracas dos países, dos estados. Mas temos noção de que não podemos ter shows gigantes. A feira é uma área de muita compra. Não podemos misturar duas ações, é para as pessoas verem os shows e relaxarem”, conta, feliz pela parceria com a Som Livre, e com a rádio Rio FM. “Vamos ter também grupos de pagode e de danças, em nosso palco cultural”.

Tem emoção garantida para os fãs do evento, logo na entrada. Quem for à feira, vai ter a oportunida­de de conferir todos os cartazes já feitos por Ziraldo para o evento, num painel histórico especial que, conta

Clarice, deixa muita gente emocionada. “As pessoas ficam tirando fotos na frente do painel! E falam: ‘Essa feira foi quanto conheci meu namorado, quando nasceu meu filho, quando me casei!’. É emocionant­e. As pessoas têm muito carinho pela Feira”, alegra-se.

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