Mais vítimas de bala perdida
Criança soltava pipa no Alemão. Garota estava na Praça Seca
No Complexo do Alemão, João Victhor Dias, de 9 anos, foi morto com um tiro no peito quando soltava pipa. O tio, Claiton Silva (foto), esteve no IML. Na Praça Seca, adolescente de 15 anos morreu na noite de ontem, atingida por tiro no rosto. Foi levada para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. A polícia fazia operação na região contra a milícia.
Um menino de 9 anos foi morto com um tiro no peito enquanto soltava pipa na laje de uma casa na Fazendinha, no Complexo do Alemão, no fim da tarde de quinta-feira. Uma jovem de 15 anos foi morta, ontem à noite, após ser atingida por tiro no rosto na Praça Seca. No Alemão não havia confronto na hora do tiro que atingiu João Victhor Valle Dias. No caso da jovem, havia uma continuação da operação de quinta-feira, para combater milícia.
Alessandra Marques, 39 anos, tia de João, disse que o menino morava com a mãe, o padrasto e outros dois irmãos, de 7 e 4 anos, há cerca de um ano. Anteriormente a criança era criada pela avó materna em outro bairro. “Quantas pessoas mais terão que morrer por bala perdida?”, indagou Alessandra.
Segundo ela, a criança era brincalhona, obediente e gostava de soltar pipa. Anderson da Silva Dias, pai da criança, acompanhado da atual esposa e do primo Claiton Silva, 29, chegaram ao IML, por volta das 14h30. Abalado, Anderson, preferiu não comentar. “Meu primo passou a noite em estado de choque, ele está completamente sem chão”, afirmou Claiton. “Ainda não sabemos o que aconteceu, só temos a informação da vó materna de que ele estava soltando pipa na laje e foi atingido”.
Durante a madrugada, o pai da criança prestou depoimento na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra. Em depoimento, o homem contou que ficou sabendo da morte do filho pelos parentes da criança. João Vichtor estava no terceiro ano do Ensino Fundamental.
A polícia vai investigar uma versão de que o tiro teria partido de um traficante que manuseava uma arma e se ele foi ‘condenado’ a morrer por comparsas. Em nota, a UPP Fazendinha confirmou que não havia confronto.