‘Apóstolos da saúde cubana’ voltam pra casa
Primeiro grupo de profissionais retorna após saída do programa ‘Mais médicos’
Havana recebeu ontem os primeiros 200 médicos cubanos que retornaram do Brasil, após a polêmica saída do programa ‘Mais Médicos’. Vestindo jalecos brancos e carregando as bandeiras de Brasil e de Cuba, os profissionais desembarcaram às 8h15, horário de Brasília, depois de passarem por quase sete horas de viagem. Muitos, além de suas malas, também levaram para a ilha eletrodomésticos e animais de estimação.
No Twitter, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, chamou os médicos de “apóstolos da saúde cubana” e disse que a participação deles no programa era “a melhor homenagem a Fidel Castro em seus dois anos de ausência presente”.
Díaz-Canel também esteve no aeroporto, durante a chegada do grupo e, em entrevista à imprensa local, declarou que os profissionais são mais que médicos, pois “primeiro souberam chegar com desinteresse, altruísmo e total entrega aos locais onde não havia assistência médica”.
Cerca de 8,3 mil profissionais cubanos devem deixar o Brasil até 12 de dezembro, após as críticas e mudanças no programa propostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Cuba paga seus médicos no exterior 30% do que o país recebe pelo trabalho e dedica o resto dos recursos ao orçamento do Estado, especialmente à manutenção de um sistema de Saúde e Educação gratuito e universal para seus cidadãos. A exportação de mão-de-obra profissional é a primeira atividade da economia cubana, que registra mais de US$ 11 bilhões anuais ao orçamento estatal.