O Dia

Um pesadelo que parece não ter fim no Flu

Sem salário, time iguala marca histórica negativa, de 567 minutos sem gol, e ainda convive com 4% de risco de queda

- Flavio.almeida@odia.com.br

Quando Luciano balançou a rede do Engenhão, aos 18 minutos do segundo tempo, para garantir a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, naquela ensolarada tarde dominical de 21 de outubro, a torcida do Fluminense mal sabia o que o futuro lhe reservava. Um mês depois, os tricolores não têm motivo algum para sorrir. Nos seis jogos seguintes pelo Brasileiro, nada de gols. Quatro derrotas, dois empates e a infeliz marca de 567 minutos, ou 9 horas e 27 minutos, sem fazer o básico do futebol no Campeonato Brasileiro — coincident­emente, o time de 2018 iguala a marca obtida na temporada de 1971, quando o Flu ficou exatamente 567 minutos sem vazar as defesas adversária­s. Ou seja: se não marcar no primeiro minuto do jogo contra o Inter, o time de Marcelo Oliveira vai entrar para a história centenária do clube como o maior jejum em 116 anos.

A 13ª colocação na tabela ainda rende 4% de risco de queda para a Série B, de acordo com o matemático Tristão Garcia. O que a ciência não pode calcular, no entanto, é o sofrimento dos torcedores, que não veem uma promessa de alívio no horizonte.

“Acho que vai ser assim até o final. Infelizmen­te, para todos nós e para o torcedor do Fluminense. Por mais que a gente esteja lutando muito, que esteja trocando peças, dá a impressão que a falta de um ou outro jogador que não pode jogar pode ser representa­tiva”, disse Marcelo Oliveira após a derrota para o Bahia.

Apesar do tom pessimista do treinador, a tabela pode dar uma certa ajuda aos tricolores. Na próxima rodada, o time se livrará do risco de rebaixamen­to — independen­temente do que acontecer contra o Inter — em caso de tropeço do América-MG diante do Bahia e derrota do Sport para o São Paulo. O Vitória, virtualmen­te rebaixado, tem a chance de igualar o Fluminense na classifica­ção até a última rodada, mas precisaria livrar uma diferença de 13 gols no saldo.

Severament­e criticado pela torcida e apontado como responsáve­l direto pela atual situação do clube, o presidente Pedro Abad agiu rapidament­e nos bastidores para pagar ontem um mês de salários atrasados e mais um referente aos direitos de imagem dos atletas, em uma tentativa de dar ânimo onde só cabe insatisfaç­ão. De acordo com informaçõe­s do site ‘Globoespor­te.com’, o Fluminense ainda deve ao elenco um mês de salário e mais quatro de direito de imagem, totalizand­o uma dívida de R$ 6 milhões.

NADA ANIMADOR

Marcelo Oliveira reconhece momento ruim e prevê sofrimento até o fim do Brasileiro

Acho que vai ser assim até o final. Infelizmen­te, para todos nós e para o torcedor do Fluminense” MARCELO OLIVEIRA, Técnico do Fluminense

O QUE DARIA PARA FAZER EM 9 HORAS E 27 MINU

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