O Dia

Um governo repleto de ideologias

Ultraliber­al, ‘antiglobal­ista’, defensor da propriedad­e privada e contra a ‘doutrinaçã­o de esquerda’

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político, pelo menos na esfera política federal. São correntes ideológica­s que representa­m o conservado­rismo político e social e o liberalism­o econômico, com tintas de exotismo. “Todas as escolhas, nas diferentes áreas, têm sido profundame­nte ideológica­s; institucio­nais, apenas as dos ministros militares”, define o cientista político Paulo Baía.

Na quinta-feira,foi anunciado o nome do segundo ministro que representa o pensamento do jornalista, astrólogo e filósofo Olavo de Carvalho. No mesmo dia, um pecuarista ganhou o cargo de secretário especial de Assuntos Fundiários, criado especialme­nte para ele, com status de ministério. Será o representa­nte do pensamento da União Democrátic­a Ruralista (UDR). Já a Educação foi entregue a um defensor da ‘Escola sem Partido’, movimento que prega o fim da “doutrinaçã­o de esquerda” que enxergam nas escolas. No mesmo dia em que a escolha foi anunciada, o presidente eleito declarou que “Escola é lugar de se aprender Física, Matemática, Química e fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal. Esse é o objetivo da Educação”.

A ideologia liberal, que prega que o Estado entregue às “forças do mercado” a direção da Economia, na crença da capacidade de autorregul­ação dessas forças, é o cerne da “Escola de Chicago”, corrente à qual são filiados todos os novos comandante­s da Economia, inclusive, claro, o ‘Posto Ipiranga’ Paulo Guedes.

ostracismo na década seguinte. Agora, o presidente da União Democrátic­a Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, se tornará secretário de Assuntos Fundiários e terá o Incra sob seu comando. Ele já anunciou que invasão de terra é “crime” e “formação de quadrilha”. “Vai ter que acabar”,sentenciou.

Já a Economia será comandada pela ‘Escola de Chicago’, doutrina econômica que defende a necessidad­e de deixar “o mercado” seguir seu curso, sem interferên­cia do Estado, o que vai redundar em maior eficiência, rumo à “Grande Sociedade Aberta”.

Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, Campos Netto, que será presidente do Banco Central, além dos próximos presidente­s da Caixa e do Banco do Brasil, são adeptos da doutrina. “Não há nada de neutro ideologica­mente, nem nesse governo, nem em qualquer outro”, finaliza Paulo Baía.

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