O Dia

Dos cinco maiores do mundo’

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não, mas é inacreditá­vel o baixo índice de acerto, com valores difíceis de justificar.

O programa é uma importante fonte de receita, que enxergamos estar ligado à bilheteria. A intenção é tentar parcerias em que beneficie o sócio-torcedor com vantagens, como descontos em mercado, na cerveja... Associar benefícios ao plano, corrigir os problemas de acesso, troca e distribuiç­ão de ingressos. E criar um programa de fidelizaçã­o. O ideal é um plano em que o torcedor mais fiel tenha acesso aos jogos por um preço melhor. Temos uma série de ideias para melhorar o produto e torná-lo mais acessível.

A primeira coisa que no futebol temos que olhar é o processo de liderança, que vai além do futebol. O problema do Flamengo começa de cima, como em qualquer instituiçã­o. Isso percola toda a estrutura e afeta o futebol. Em qualquer atividade, existe a fase de planejamen­to, de execução e de avaliação para eventuais correções de desvio, e repete o ciclo. Conheço o (Ricardo) Lomba, de quem gosto e acho correto. Mas critico o que vejo no futebol. Quem chega em outubro tem um prazo para planejar o ano seguinte. (...) Tivemos dois meses para planejar 2018 e chegamos em janeiro sem técnico. O sujeito que estava abaixo do diretor (Paulo César Carpegiani, então coordenado­r) virou técnico. O Flamengo fica até abril sem técnico, consegue a proeza de ficar fora da final do Carioca, e promove o assistente técnico (Maurício Barbieri). O Flamengo não é clube para ter técnico promissor. Para mim, é o maior do Brasil e, portanto, é técnico calejado, experiente. O Flamengo não está lá para fazer experiênci­a. O discurso que a gente vê é sempre tolerante, de que nada vai mudar. Outra coisa que precisa ser modificada é a estrutura do futebol.

Quando se centraliza as decisões numa pessoa, a probabilid­ade de erro é muito maior. A ideia é criar um comitê executivo para o departamen­to de futebol. Pelo dinamismo, a intenção é que esse grupo se reúna continuame­nte. O vice de futebol será um dos membros do comitê, mas as grandes decisões serão divididas. Além de tirar o peso, cria a oportunida­de de ouvir outras opiniões e evitar erros. A área de inteligênc­ia deve responder não ao diretor de futebol, mas, sim, ao comitê. Quem escolhe jogador não pode contratar, isso não acontece em empresa nenhuma. São pessoas indicadas pelo presidente. O comitê, de cinco pessoas, tomaria decisão de técnico e reforços. Somos rubro-negros, queremos ser campeões e, portanto, não podemos falar nomes para não conturbar o ambiente de trabalho. Mas fique certo de que estamos trabalhand­o muito em sigilo.

O comitê de futebol já discute o planejamen­to, que envolve a avaliação de forças e fraquezas que temos no elenco. Vamos endereçar reposições e eventuais contrataçõ­es, consideran­do algumas saídas. Essa é a primeira parte. A ideia é ter elenco e equipe preparados em janeiro.

Muito se fala sobre essa coisa de que o ‘DNA’ do time é perdedor. Liderança é importante. Vai depender de quem está à frente do grupo. Já vi atletas que têm um tipo de comportame­nto sob certa liderança e mudam totalmente dependendo do ambiente e da liderança. Não se pode ‘queimar’ todos, tem que olhar com certa tranquilid­ade. Até porque são profission­ais e ativos importante­s no clube.

A discussão é mais ampla. Entendemos que pela sua dimensão, o Flamengo tem que liderar o processo de transforma­ção que envolva a valorizaçã­o do futebol brasileiro. A menos que a gente consiga valorizar o produto, não conseguire­mos manter no elenco grandes jogadores. Porque sempre haverá alguém com orçamento maior e vai levá -los. (...) Acho que a gente precisa liderar esse processo. A percepção que temos é que o Flamengo é malvisto, pessoas têm criticado muito, que tem visão mesquinha de não pensar no todo, não tenta contribuir com algo mais.

São três ações distintas. Temos dois anos de contrato com o Maracanã. É preciso aproveitar a troca de governo do estado e buscar a participaç­ão na operação do Maracanã. O segundo ponto é melhorar o contrato, que possui uma série de fraquezas. É um pouco melhor do que o anterior, mas evoluímos pouco. Quanto ao estádio próprio, avaliamos, mas não faremos maluquice como a administra­ção atual. Nessa onda, ela gastou mais de R$ 20 milhões na Ilha do Governador (Estádio Luso-Brasileiro) e jogou 20 vezes, com custo operaciona­l semelhante ao do Maracanã. Muito dinheiro jogado fora. Estádio para 20 mil pessoas na Gávea somos contrários. A dimensão do Flamengo é maior. A avaliação de um estádio próprio envolve parcerias. Falamos de investimen­to na casa de R$ 700 milhões. A menos que se tenha parceria, venda de naming rights, a gente não conseguirá alcançá-lo sem criar uma dívida brutal. Não terá factoide. Será uma solução pé no chão, sem nenhuma maluquice.

O Flamengo não é clube para ter técnico promissor. Para mim, é o maior do Brasil e, portanto, é técnico calejado, experiente”

A avaliação de um estádio próprio envolve parcerias. Não terá factoide. Será uma solução pé no chão, sem nenhuma maluquice”

Somos favoráveis à arena de basquete, porém, maior do que o projeto da Arena Mc’Donald’s. Nas finais do NBB é preciso um lugar maior. O local escolhido (à esquerda da entrada social) não é o melhor. É faixa mais nobre do clube e temos que criar iniciativa­s que envolvam acréscimo de receita. Talvez na outra praça, atrás da arquibanca­da do clube. Temos anteprojet­o para discutir com os associados.

Nos últimos anos, o Flamengo foi clube de um esporte olímpico, o basquete. As outras áreas se sentem abandonada­s. Queremos reservar verba mínima para que pelo menos as atividades sejam planejadas. Não é tanto dinheiro. O clube já foi o maior formador de atletas do Brasil. Hoje participam­os dos torneios com presença incompatív­el à dimensão do clube. É algo que terá um foco maior. O Flamengo quando entra numa competição é para ganhar.

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MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA

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