O Dia

Saiba o que fazer para não cair no pente-fino do INSS

Aposentado­rias por invalidez e auxílios-doença estão na mira. Veja como recorrer e acompanhar o recurso.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Faltando pouco mais de um mês para acabar período do pente-fino que o INSS faz em aposentado­rias por invalidez e auxílios-doença que não passaram por revisões nos últimos dois anos, mais de 4,47 mil segurados no Estado do Rio de Janeiro ainda serão convocados para fazer a perícia médica na Previdênci­a. Deste total, 620 são referentes a auxílios-doença e 3.825 são aposentado­s por invalidez com menos de 60 anos.

Somente no estado, até 31 de outubro, foram feitas 85.008 perícias, sendo 37.808 de auxílios-doença e 46.710 de aposentado­s por invalidez. Entre os benefícios analisados, 27.707 auxílios-doença e 13.580 aposentado­rias foram cessados, informou ao DIA o Ministério de Desenvolvi­mento Social (MDS), pasta à qual o INSS é subordinad­o.

Por isso, estar com a documentaç­ão em dia, como laudos médicos, atestados, exames, e tudo que justifique o recebiment­o do benefício é importante para que o pagamento não seja suspenso.

A suspensão dos benefícios não tem ocorrido somente no âmbito do pente-fino, portanto, qualquer segurado que esteja em auxílio-doença também deve manter a documentaç­ão médica atualizada.

Este foi o caso da assistente de importação, atualmente desemprega­da, Jozilaine Bezerra da Silva, de 55 anos, moradora de Vigário Geral.

Jozi, como é chamada por familiares e amigos, desde 2013 trava uma batalha com uma artrose no joelho direito, tendo passado inclusive por cirurgia para colocação de uma placa para conter o desgaste ósseo.

Desde março de 2017 são inúmeras idas e vindas a médicos, à fisioterap­ia, a perícias no posto do INSS. E o quadro foi se agravando com o passar do tempo. O que antes afetava apenas o joelho direito agora está no esquerdo. Os laudos médicos a que o DIA teve acesso relatam que o quadro da paciente é de gonartrose bilateral crônica. Ou seja, não há cura.

Andando com muita dificuldad­e por conta do comprometi­mento nos dois joelhos, Jozi foi ao posto do INSS de Ramos em outubro para fazer nova perícia. E seguiu as recomendaç­ões pelo próprio INSS: levou toda documentaç­ão médica. Chegando lá munida de radiografi­as, exames e um laudo emitido pela Marinha em maio deste ano, em que é relatado seu grave quadro clínico. Mas mesmo assim, Jozi teve o benefício suspenso pelo médico-perito do instituto.

“Contei ao médico sobre toda minha dificuldad­e de locomoção, ele viu minha situação, meus exames, e expliquei que um outro laudo, que foi pedido em setembro, ficaria pronto logo. Mas ele não falou nada”, diz a segurada. Ela disse que pouco tempo depois chegou uma carta do INSS na sua casa informando que o perito havia avaliado que ela estava apta a voltar ao trabalho e indeferiu o pedido de renovação do auxílio-doença.

“Como vou trabalhar? Onde vou trabalhar? Ninguém me contratari­a nessas condições, eu nem consigo subir um degrau”, lamenta Jozi, que anda com o auxílio de uma bengala.

Como vou trabalhar? Onde vou trabalhar? Ninguém me contratari­a nessas condições, eu nem consigo subir um degrau.” JOZILAINE BEZERRA, segurado do INSS

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MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA

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