Um novo olhar
Aansiedade de todos os cidadãos é inevitável quanto ao que vem pela frente. No caso do Rio de Janeiro, que vem vivenciando profunda crise nos últimos anos, a esperança por mudanças é o que move cada um. E nesses momentos que antecedem o que podemos chamar de uma nova era para a cidade e o estado, certas medidas ou intenções já sinalizam que podemos, sim, acreditar em dias melhores.
O anúncio da intenção do novo governo que irá assumir o estado a partir de janeiro em fazer um programa habitacional para policiais representa um novo olhar para um velho e grave problema, ignorado por décadas.
Trata-se de uma medida que, neste primeiro momento, demonstra a prioridade em agir com inteligência, pavimentando um caminho que pode ajudar na melhoria da Segurança Pú- blica, uma das áreas mais críticas do estado como um todo.
Começar pela preservação de seus próprios agentes, responsáveis pela manutenção da ordem e combate à violência, significa proporcionar a eles maior segurança e a garantia de melhores condições psicológicas para quem enfrenta, diariamente, o crime organizado. Essencialmente, simboliza um incentivo para que se mantenham focados e motivados em suas árduas missões.
O alto número de agentes de segurança moradores em áreas de risco, sempre colocou em xeque a integridade física e psicológica deles e de seus familiares. E com o crescimento da favelização, ao longo dos anos, a situação foi se agravando. Segundo dados oficiais do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já temos mais de 760 favelas somente na cidade do Rio, com 22% da população morando nelas.
A capital fluminense é o município com o maior número de moradores favelados do Brasil, ultrapassando a casa de mais de 1,3 milhão habitantime tes. Segundo o Instituto Data Popular esse número é ainda maior, sendo mais de dois milhões de moradores. A maior favela do país é a Rocinha, com população superior a muitos municípios Brasil a fora.
Com esse cenário, a intenção do governador eleito é a melhor possível, pois irá atender a policiais civis e militares que vivem no limite do estresse, a maioria escondendo sua identidade onde mora por medo de represálias.
Espera-se que a medida vá à frente e que se estenda para outras áreas, como melhorias em alimentação da corporação, alojamentos e equipamentos mais modernos. A área da Saúde é outro ponto primordial, pois, através de convênios com hospitais, é possível dar maior assistência aos policiais, tendo em vista que o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) não tem condições de atender toda a demanda.
Assim, estaremos dando a esses profissionais maior tranquilidade para exercerem sua função e, consequentemente, beneficiar toda a população.