Ataque químico na Síria
Governo acusa rebeldes, que negam. Russos respondem com bombardeio
Rompendo uma trégua que vinha desde setembro, bombardeios russos atingiram ontem territórios controlados por jihadistas e rebeldes perto de Aleppo, na Síria. “Os alvos foram destruídos”, garantiu um porta-voz russo. A ação foi uma represália a um suposto ataque químico na cidade, o qual provocou cerca de 100 casos de problemas respiratórios.
Uma coalizão rebelde negou envolvimento no ataque contra Aleppo, segunda maior cidade da Síria. Autoridades sírias e a Rússia citam o possível uso de gás de cloro. Citando “fontes médicas”, a agência oficial Sana informou que, durante a noite deste sábado, foram registrados “107 casos de asfixia”. A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) citou “94 casos de problemas respiratórios”.
Em um país destruído desde 2011 por uma guerra que já causou mais de 360 mil mortes, os rebeldes, assim como o regime de Bashar al-Assad, foram acusados em várias ocasiões de terem usado armas químicas, proibidas pelo direito internacional.
Liderança da oposição síria no exílio, Nasr al-Hariri acusou o governo de responsabilizar os rebeldes pelo ataque para “ter um pretexto para lançar uma operação militar no norte da Síria”. O governo disse que os ataques podem ter partido de Idlib, um dos bastiões dos rebeldes que está sob a mira do governo sírio.