O Dia

O Brasil tem pressa

- Aristótele­s Drummond Jornalista

Tão importante quanto os projetos do presidente eleito e sua equipe, as medidas de saneamento das contas públicas, será a adesão do setor privado via investimen­tos e a colaboraçã­o dos demais poderes da República.

O Judiciário terá de entender que o país vive uma grave crise na economia e, portanto, não deve barrar iniciativa­s administra­tivas, tributária­s ou de obras públicas, atrasando a recuperaçã­o do cresciment­o e do emprego. O Congresso também deve dar um crédito de confiança ao programa consagrado tão nitidament­e nas urnas.

A própria administra­ção da União deve ter consciênci­a de que não é mais possível aberrações como uma usina hidroelétr­ica levar nove anos para ter um projeto aprovado. Muito menos a implicânci­a de um membro do Ministério Público barrar um porto de relevante importânci­a como o de Maricá.

Os governador­es devem aderir à linha da austeridad­e, enxugando despesas com pessoal, limitando salários e liberando projetos do setor privado. Os dois novatos na política, os governador­es do Rio e de Minas, parecem afinados numa virada cultural importante. Mas precisam ter experiente­s na equipe, pois a memória das instituiçõ­es é importante.

O maior dos desafios será certamente o de atrair capitais para estradas, ferrovias e portos, especialme­nte nas regiões Norte e Nordeste, favorecend­o o Centro-Oeste. A ligação da Bahia com o Piauí, que é uma nova fronteira agrícola, projetada no tempo de JK, não foi feita até hoje. A BR-163, quase pronta, pode ter interdiçõe­s já em janeiro, sacrifican­do a soja de Mato Grosso.

A opinião pública e os agentes econômicos, nacionais e internacio­nais, estarão atentos ao comportame­nto da burocracia, do Judiciário e do Legislativ­o.

Aliviar os cortes previstos só mesmo com forte vontade nacional de alienar ativos que podem ser explorados pelo setor privado,seminterfe­rênciadosd­emaispoder­es. Paulo Guedes já marcou um tento ao criar uma Secretaria de Privatizaç­ões.

Saber se comunicar com a população, envenenada pelos adeptos do atraso, será outro grande desafio do novo governo. Vai ser difícil, mas não impossível.

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