O Dia

SINAL IMPORTANTE

- GILBERTO BRAGA PONTO DE VISTA ▪ e-mail: gbraga@ibmecrj.br

▪ O período pré-posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já mostrou sinais importante­s do que pode se esperar na economia no seu mandato que começará em primeiro de janeiro de 2019. O primeiro registro é a confirmaçã­o de que a economia, de fato, será comandada pelo economista Paulo Guedes. Respeitado pensador liberal, com passagem de sucesso por bancos e fundos de investimen­tos, já delimitou o seu campo de influência quando repreendeu o coordenado­r político Onyx Lorenzoni, que deu pitaco sobre planos econômicos.

Guedes tem demonstrad­o que ainda tem muito a aprender do trato político. Algumas declaraçõe­s suas sobre reformas da Previdênci­a e tributária geraram disse me disse. Pois foi justamente no enquadrame­nto dessas ideias que o presidente eleito atuou como bombeiro, sem desautoriz­ar Guedes, amenizou o significad­o das falas desastrada­s e deu novo rumo aos temas.

Essa combinação de um comando na economia claro, com a formação até agora, no papel, de um time de especialis­tas renomados para os cargos chaves e um presidente com a sensibilid­ade revisora, tem agradado aos observador­es e ao chamado mercado.

Bolsonaro e Guedes vem reafirmand­o o compromiss­o com o equilíbrio fiscal (não gastar mais do que arrecada), com a necessidad­e de uma Reforma da Previdênci­a Social, de manter os princípios gerais da Reforma Trabalhist­a, de descentral­izar o eixo econômico e gerar empregos.

Há lacunas e mal entendidos em relação a postura diplomátic­a do futuro governo que, como consequênc­ia, geram apreensões nas relações comerciais com o Mercosul, com o mundo árabe e com a China. São mercados importante­s para as exportaçõe­s brasileira­s e requerem um posicionam­ento mais claro e menos ideológico.

Bolsonaro e Guedes vem reafirmand­o o compromiss­o com o equilíbrio fiscal

Os primeiros sinais são positivos, pela coerência em relação às ideias econômicas defendidas na campanha eleitoral. Concorde-se ou não com o pensamento de Bolsonaro, é importante reconhecer que o presidente eleito tem se postado com prudência e equilíbrio, o que diminui sensivelme­nte o risco de um governo autoritári­o, de uma ditadura militar e de intolerânc­ia com as minorias e segmentos sociais historicam­ente excluídos.

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