O Dia

Polícia investiga despejo de chorume na Baía

Polícia Civil apura denúncia de despejo de chorume nas águas da Baía de Guanabara

- RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br

Agentes recolheram ontem material derramado por empresa para checar crime contra o meio ambiente.

ADelegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) fez ontem uma operação no antigo aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desativado desde 2012. A ação foi para apurar denúncias de que a empresa que atualmente opera o antigo lixão estaria despejando dejetos irregulare­s nas águas da Baía de Guanabara.

De acordo com o delegado da DPMA, Antônio Ricardo Nunes, a operação ocorreu após a especializ­ada receber denúncias da Associação de Pescadores de Duque de Caxias. Segundo a entidade, a companhia Gás Verde estaria despejando chorume na Baía de Guanabara. A empresa, contudo, negou a acusação.

Durante a operação de ontem, peritos do Instituto de Criminalís­tica Carlos Éboli (ICCE) recolheram material que irá passar por análise para comprovar ou não a denúncia da Associação de Pescadores. “Colhemos o líquido e vamos apurar em que condições esse material está sendo despejado na Baía de Guanabara”, disse o delegado Antônio Ricardo Nunes.

De acordo com o representa­nte da Gás Verde, Claudio Ferreira, um pescador que se diz representa­nte da Associação dos Pescadores da Baía de Guanabara já fez pelo menos cinco boletins de ocorrência, inclusive no Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e na Polícia Federal (PF), falando sobre irregulari­dades da empresa. Ainda segundo Ferreira, existem vários bolsões para impedir que o líquido chegue no mar. A DPMA agora investiga a veracidade das informaçõe­s.

Desde 2012, a Gás Verde realiza o tratamento de chorume no antigo aterro sanitário de Jardim Gramacho. “Há um cano e este cano jorra chorume. O pescador tirou uma foto do cano e alegou que a empresa estava poluindo, o que é falso”, contou Claudio Ferreira. Ainda de acordo com o representa­nte da empresa, está tudo dentro da ordem e a companhia faz o tratamento do líquido no local onde funcionava o lixão. “O material passa por um tratamento antes de ir pra Baía. Existem vários processos”, completou.

Inaugurado em 1978, o aterro sanitário de Jardim Gramacho, que fica localizado em Duque de Caxias, ocupava uma área de 1,3 milhão de metros quadrados cedida pelo Governo Federal. O espaço, porém, foi repassado à Comlurb e funcionou como um lixão até junho de 2012, quando foi finalmente encerrada a atividade, devido à Conferênci­a das Nações Unidas sobre Desenvolvi­mento Sustentáve­l (Rio+20).

Empresa que atualmente opera o aterro sanitário de Jardim Gramacho nega acusação

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SEVERINO SILVA Durante ação, peritos do Instituto de Criminalís­tica Carlos Éboli (ICCE) recolheram material para análise

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