Polícia investiga despejo de chorume na Baía
Polícia Civil apura denúncia de despejo de chorume nas águas da Baía de Guanabara
Agentes recolheram ontem material derramado por empresa para checar crime contra o meio ambiente.
ADelegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) fez ontem uma operação no antigo aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desativado desde 2012. A ação foi para apurar denúncias de que a empresa que atualmente opera o antigo lixão estaria despejando dejetos irregulares nas águas da Baía de Guanabara.
De acordo com o delegado da DPMA, Antônio Ricardo Nunes, a operação ocorreu após a especializada receber denúncias da Associação de Pescadores de Duque de Caxias. Segundo a entidade, a companhia Gás Verde estaria despejando chorume na Baía de Guanabara. A empresa, contudo, negou a acusação.
Durante a operação de ontem, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) recolheram material que irá passar por análise para comprovar ou não a denúncia da Associação de Pescadores. “Colhemos o líquido e vamos apurar em que condições esse material está sendo despejado na Baía de Guanabara”, disse o delegado Antônio Ricardo Nunes.
De acordo com o representante da Gás Verde, Claudio Ferreira, um pescador que se diz representante da Associação dos Pescadores da Baía de Guanabara já fez pelo menos cinco boletins de ocorrência, inclusive no Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e na Polícia Federal (PF), falando sobre irregularidades da empresa. Ainda segundo Ferreira, existem vários bolsões para impedir que o líquido chegue no mar. A DPMA agora investiga a veracidade das informações.
Desde 2012, a Gás Verde realiza o tratamento de chorume no antigo aterro sanitário de Jardim Gramacho. “Há um cano e este cano jorra chorume. O pescador tirou uma foto do cano e alegou que a empresa estava poluindo, o que é falso”, contou Claudio Ferreira. Ainda de acordo com o representante da empresa, está tudo dentro da ordem e a companhia faz o tratamento do líquido no local onde funcionava o lixão. “O material passa por um tratamento antes de ir pra Baía. Existem vários processos”, completou.
Inaugurado em 1978, o aterro sanitário de Jardim Gramacho, que fica localizado em Duque de Caxias, ocupava uma área de 1,3 milhão de metros quadrados cedida pelo Governo Federal. O espaço, porém, foi repassado à Comlurb e funcionou como um lixão até junho de 2012, quando foi finalmente encerrada a atividade, devido à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Empresa que atualmente opera o aterro sanitário de Jardim Gramacho nega acusação