CCR doou, via Caixa 2, a Serra e Alckmin
“O começo de uma grande investigação contra políticos”. Assim o promotor José Carlos Blat definiu o acordo de leniência firmado com a CCR, concessionária de rodovias, com o Ministério Público de São Paulo. A empresa revelou o pagamento de pelo menos R$ 30 milhões, via Caixa 2, para campanhas eleitorais de ex-governadores e outros cargos de São Paulo. Pelo menos 15 políticos são citados no termo, entre eles, os ex-governadores Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB.
A empresa admitiu que repassou valores “por fora” a políticos do PSDB, PT, MDB, PTB, entre outras agremiações, e se dispôs a pagar multa de R$ 81 milhões por improbidade e dano moral coletivo.
“Esse termo é condicionado à apresentação de provas e de outros elementos que permitam ao Ministério Público acusar os demais participantes”, frisou a promotora Karina Mori.
Já Blat afirmou que não houve, pelo menos de forma direta, “prejuízo efetivo ao erário público”. “Os valores que foram desviados, submetidos a esse esquema de Caixa 2 saíram do lucro da empresa”, disse.
Serra, em nota, disse que suas campanhas “sempre foram realizadas com rigor técnico”. Geraldo Alckmin ainda não se pronunciou sobre a delação da CCR.