O Dia

Debandada tricolor à vista

Jogadores falam em tom de despedida e expõem os problemas internos do clube

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Logo após garantir a permanênci­a na Série A do Brasileiro, o discurso emocionado da maioria dos jogadores do Fluminense era quase o mesmo: a torcida não sabia da pressão nem das dificuldad­es que o grupo sofreu ao longo de toda a temporada. Tendo sofrido quase toda a temporada com problemas financeiro­s, o elenco tricolor deixou para externar os problemas com a diretoria em dezembro e muitos já em tom de despedida, como Gum, Digão, Richard e Marcos Junior.

O atacante, de saída para o futebol japonês, aconselhou, inclusive, a saída do presidente do Fluminense, Pedro Abad. “É um cara do bem, uma pessoa do bem, mas acho que pelo bem da família dele e do clube, ele tem que sair. Não dá pra ficar aqui ano que vem”, disse ao site SRZD.

O dirigente tricolor, muito criticado internamen­te pelos jogadores e que mais uma vez ouviu a torcida pedir por sua saída e de seu grupo político (FluSócio), não quis entrar em polêmica. “Não sabia dessa frase do Marcos Junior. Não sei se ele fala para o meu bem por causa das vaias, das críticas. Preciso entender o contexto primeiro”, disse Abad, avisando que não pretende deixar o clube mesmo sofrendo com um processo de impeachmen­t.

Já outros jogadores não podem dizer o mesmo. Autor do gol da vitória sobre o América-MG, Richard está acertado com o Corinthian­s. Por causa disso, foi um dos mais cobrados pelos vândalos que invadiram o CT na última sextafeira e desabafou.

“Esse gol significa tudo, a gente não merecia ser rebaixado. Não é porque uns torcedores cobraram que jogamos. Futebol é feito de fases e a bola não queria entrar. Eles me chamaram de mercenário, mas não tenho rancor nem raiva. Pelo clube só tenho gratidão pela oportunida­de de me apresentar ao mundo. Gratidão eterna”, disse Richard.

Jogador do elenco há mais tempo no clube, Gum, o oitavo que mais vestiu a camisa tricolor, foi outro a falar em tom de despedida. Ainda negociando a renovação de contrato, o zagueiro foi outro a se emocionar.

“Amei essa camisa, me entreguei mais do que eu poderia, no limite físico e mental. Hoje talvez seja meu último jogo. Já me emocionei, já chorei. Saio hoje com sentimento de amor ao clube e dever cumprido”, afirmou.

Emprestado pelo Cruzeiro, Digão foi outro que se emocionou: “Foi um caminhão de areia que saiu das costas. A torcida não sabe o que a gente passa lá dentro, pressão grande. Fico muito emocionado, não poderia sair deixando o clube na Segunda Divisão”.

Amei essa camisa, me entreguei mais do que eu poderia, no limite físico e mental. Hoje talvez seja meu último jogo. Já me emocionei, já chorei” GUM

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