O Dia

Expectativ­a por Segurança Presente

Moradores da Tijuca aprovam projeto anunciado pelo Wilson Witzel. Baixada e Zona Sul estão incluídos

- WILSON AQUINO wilson.aquino@odia.com.br Colaborou o estagiário Felipe Rebouças

Caso o governador eleito cumpra a promessa, na Baixada Fluminense, Tijuca, Ipanema e Leblon, as pessoas poderão passear mais tranquilas pelas ruas, em 2019.

Wilson Witzel anunciou que vai ampliar o Programa Segurança Presente para estas localidade­s. E por onde o programa esteve, houve queda no registro de crimes nas vias públicas.

Ao contrário da Tijuca e Baixada, onde as pessoas vêem os crimes de rua dispararem, locais beneficiad­os pelo projeto (Lapa, Centro, Lagoa, Méier e Aterro), assistem a criminalid­ade despencar. E a sensação de segurança traz conforto ao cidadão. “Sempre estou lá na Central e agora posso circular à vontade. Não tem perigo”, garante o vendedor ambulante André Luis Saloio, 47 anos, que não economiza elogios ao programa. “O Centro Presente é o maior sucesso. Tentaram tirar de lá (Central) e o pessoal não deixou, fizeram até abaixo -assinado”, lembra.

Os números respaldam a sensação do ambulante. A Operação Centro Presente reduziu em cerca de 70% os índices criminais no Centro do Rio. Segundo os registros feitos na 4ª DP (Central), no primeiro semestre de 2016, período anterior ao início da operação, foram registrado­s 1.053 roubos de rua (celular, transeunte e coletivo). Na comparação com o primeiro semestre deste ano, a queda foi de 70%. Nesse mesmo período, na região da Tijuca os roubos de rua subiram 125% (1.089 casos no primeiro semestre de 2016, contra 2.451 no mesmo período de 2018). Na Baixada, subiram 7% (16.236 contra 17.490).

“Eu acho que o estado inteiro tem que se movimentar em torno da segurança”, defende o policial civil aposentado Odair Lece, 73. Com a experiênci­a de quem trabalhou 50 anos e 16 dias combatendo o crime, ele reclama que as novidades da área de Segurança ficam na capital. “Carro novo, equipament­o para a polícia tecnocient­ífica, é tudo outdoor. O interior não tem equipament­o decente para investigar crime. Tudo é feito na capital, isso tem que acabar”, reclama.

Witzel pretende contratar policiais aposentado­s para o Segurança Presente, que hoje paga policiais nas horas de folga e reservista­s. Porém, para cumprir a promessa, é o novo governo que vai ter que fazer milagre, já que ano que vem o déficit previsto no orçamento é de R$8 bilhões, mas pode chegar a R$ 13 bilhões. E o Segurança Presente, hoje, custa R$ 64,4 milhões por mês. Para dificultar, o Sesc, que banca os projetos no Aterro, Lagoa e Méier (R$29 milhões, os três) já anunciou que sai no último dia de 2018.

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MARCIO MERCANTE / AGENCIA O DIA DIVULGAÇÃO Governador eleito promete colocar Tijuca Presente no bairro da Zona Norte. Odair Lece acha que plano tem que chegar ao interior do estado
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Estado garante a continuida­de do Centro Presente até o fim do ano

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