O Dia

EUA e Rússia em embate nuclear

Americanos acusam russos de desenvolve­r armas que contrariam tratado dos tempos da Guerra Fria

- > Bruxelas, Bélgica

Os Estados Unidos deram prazo de 60 dias para a Rússia se adequar e comprovar que não violou o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediá­rio, ou os Estados Unidos vão se retirar do acordo. O ultimato veio por meio do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, após um encontro na sede da Otan, em Bruxelas, na Bélgica.

Pompeo afirmou que os russos desenvolve­ram várias unidades de um artefato chamado ‘Novator 9M729’, um míssil modelo SSC-8, de alcance intermediá­rio, que seriam capaz de destruir diversas cidades europeias, o que fere o tratado de controle de armas nucleares firmado em 1987. “Os Estados Unidos declaram hoje que a Rússia violou substancia­lmente o tratado e suspendere­mos nossas obrigações em 60 dias, a menos que a Rússia volte a cumpri-lo plenamente e de forma verificáve­l”, declarou o secretário.

Após a reunião com o chefe da diplomacia americana, a Otan apoiou “firmemente” as denúncias feitas pelo país e emitiu um comunicado acusando oficialmen­te Moscou de violação ao tratado. “Os aliados concluíram que a Rússia desenvolve­u e implantou um sistema de mísseis, o 9M729, que viola o Tratado INF e representa riscos significat­ivos para a segurança euro-atlântica”.

TRATADO DE 1987

O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediá­rio, conhecido com INF (Intermedia­te-Range Nuclear Forces), foi assinado em 8 de dezembro de 1987 pelo então presidente Ronald Reagan, dos Estados Unidos, e por Mikhail Gorbachev, ex-secretário geral da União Soviética, em meio à Guerra Fria.

Em outubro de 2018, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, declarou a retirada do país do acordo sob acusações de que a Rússia não estaria cumprindo sua parte há muitos anos. Trump prometeu aumentar o arsenal americano até que as pessoas “retomassem o juízo”. Contudo, na segunda-feira, o norte-americano declarou que deseja conversar com os presidente­s Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, para que, juntos, possam evitar uma corrida armamentis­ta “importante e incontrolá­vel”.

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AFP Secretário americano Mike Pompeo: ultimato e duras críticas à Rússia

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