Onyx pode ser vítima da Bic
Bolsonaro e Mourão dizem que ‘denúncia robusta’ pode derrubar futuro ministro
Investigado pelo Ministério Público, sob suspeita de ter recebido recursos para campanha via Caixa 2 da JBS, o indicado para ministro da Casa Civil do futuro governo de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, está em posição desconfortável antes mesmo de assumir o posto. Perguntado se o seu principal assessor político poderia deixar o governo caso fosse comprovado que ele cometeu alguma ilicitude, o presidente eleito, mesmo a contragosto, respondeu positivamente. “Em havendo qualquer comprovação de uma denúncia robusta, contra quem quer que esteja no governo, ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada, ok?”, declarou, encerrando a entrevista.
Mais cedo, o general Mourão, vice de Bolsonaro, foi bem mais incisivo: “uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investigação”.
Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República e determinou a abertura de investigação para analisar as acusações feitas por delatores da JBS. Lorenzoni teria sido favorecido com o pagamento de R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014.
“Para mim é uma bênção porque vai permitir que tudo se esclareça”, disse Lorenzoni sobre a investigação. Ele admite ter recebido apenas R$ 100 mil da empresa de Joesley Batista em 2014. Os outros R$ 200 mil ele nega. “Já resolvi minha questão espiritual. Entre carregar mancha e ter uma cicatriz, fico com a cicatriz. Sempre fui um combatente contra a corrupção e vou continuar sendo”, afirmou.