Ministra, advogada e pastora
Damares Alves ficará à frente de nova pasta: Mulher, Família e Direitos Humanos
Aadvogada Damares Alves foi anunciada ontem como a futura ministra da nova pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos. Em seu primeiro dia como indicada ao cargo, a ex-assessora do senador Magno Malta, preterido no ministério do amigo Bolsonaro, falou sobre diversos temas, muitas vezes demonstrando postura menos conservadora que a do presidente.
Damares, pastora da Igreja Evangélica Quadrangular, disse que, a partir de janeiro, mulher não receberá salário inferior ao homem. “Se depender de mim vou para a porta da empresa em que o funcionário homem, desenvolvendo papel igual da mulher, ganhe mais. Acabou isso no Brasil”.
A futura ministra se declarou contra o aborto. “Nenhuma mulher quer abortar. Queremos um Brasil sem aborto, que priorize políticas públicas de planejamento familiar, que nunca seja visto como um método contraceptivo”. O ministério, segundo ela, não lidará com o aborto. “Essa pasta vai lidar com proteção de vidas, não com morte”. Para ela, a legislação vigente não deve ser alterada.
FUNAI
O Gabinete de Transição finalmente decidiu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai ficar subordinada ao ministério que será comandado por Damares, saindo da pasta da Justiça. Falando sobre demarcação de terras indígenas, ela disse que “vamos ter que conversar muito sobre isto”. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já manifestou a intenção de não homologar novos territórios indígenas no país. “Eu, particularmente, questiono algumas áreas indígenas”, disse.
Damares afirmou que o ministério enfrentará a violência contra minorias LGBT. “Se precisar estarei nas ruas com as travestis, na porta das escolas com crianças discriminadas por orientação sexual”.
O gabinete de Bolsonaro tem 21 ministros anunciados, faltando definir apenas o nome para o Meio Ambiente.