Flávio pode ser investigado
Ex-assessor moveu R$ 1,2 milhão, segundo o Coaf
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou ontem com representação criminal na Procuradoria-Geral da República pedindo que o órgão investigue se o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e a futura primeira-dama, Michele Bolsonaro, receberam repasses de dinheiro ilícito.
O pedido se baseia em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ) que apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
O assessor - Fabrício José Carlos de Queiroz - foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro em 15 de outubro. Policial militar, ele atuava como motorista e segurança do deputado.
O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.
Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro e compensado.
Para Pimenta, o repasse feito a Michele indica, em tese, que recursos originários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Flávio está no final do mandato como deputado, estariam bancando despesas da futura primeira-dama.
O Ministério Público Federal disse, em nota, que a movimentação ainda não foi analisada pela equipe e, portanto, não pode ter revelado nenhuma atividade ilegal.
Já a chefia de gabinete de Flávio Bolsonaro afirmou que Queiroz trabalhou por mais de dez anos com o deputado, “com quem construiu uma relação de amizade e confiança” e que o senador eleito não tem “informação de qualquer fato que desabone” a conduta do ex-assessor, que foi exonerado a pedido, já que pretende se aposentar.