O Dia

Paquetá: de Ilha dos Amores à Desordem

- Major Fabiana Silva Deputada federal eleita PSL/RJ

Paquetá tem um espaço carinhoso no coração dos cariocas. Os namorados gostam do clima de aconchego e romance, e os turistas adoram o sossego do bairro com ares de cidade do interior, que por muito tempo foi recanto de tranquilid­ade, a poucos minutos da metrópole.

No entanto, infelizmen­te, os problemas da Região Metropolit­ana literalmen­te invadem e corroem a beleza da Pérola da Guanabara. Especial até na legislação feita exclusivam­ente para protegê-la, Paquetá vê essa ordem ignorada por muitos, de autoridade­s a moradores.

Virou rotina, a exemplo dos bairros urbanizado­s da capital, o comércio irregular invadir ruas e transforma­r calçadas em depósitos. Residência­s tornam-se estabeleci­mentos comerciais, sem alvará ou fiscalizaç­ão, atraindo multidões do continen- te; clubes sem tratamento acústico e eventos sem banheiros químicos transforma­m um lugar de descanso em purgatório.

O caos também se espalha através de construçõe­s que desrespeit­am a legislação das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural (APACs), por “puxadinhos” alugados para aumento de renda, e ruas que recebem acabamento­s inadequado­s, muitas vezes feito com material sem procedênci­a ou nota fiscal.

O meio ambiente sofre com a expansão desenfread­a, a favelizaçã­o chega aos morros, cachorros vagam abandonado­s pela ilha.

Até o crime já percebeu que o bairro está longe de qualquer prioridade da polícia e estende seus tentáculos sobre a ilha. O consumo e o comércio de drogas são realizados a céu aberto, sem pudor, assustando moradores e visitantes.

Precisamos da fiscalizaç­ão de entrada e saída de volumes nas barcas e demais embarcaçõe­s, da volta da ronda noturna e até mesmo da carteira de morador. Muitos equipament­os urbanos e bairros foram revitaliza­dos pelo projeto ‘Segurança Presente’, então por que não um Paquetá Presente? Nem que seja, ao menos, nos finais de semana e férias escolares, para auxiliar as autoridade­s a reprimir a desordem e o crime.

Além de desvaloriz­ação dos imóveis, esse processo de desordem urbana alimenta todos os males já citados. Não pedimos obras faraônicas ou investimen­tos bilionário­s, queremos o cumpriment­o de normas e leis que já existem. Tudo isso é dever das autoridade­s, não favor. Se a prefeitura não consegue manter a ordem num bairro como Paquetá, o que se dirá do restante da cidade?

É preciso ter consciênci­a de que, ao desfigurar o bairro, destrói-se o potencial turístico local. Preservar e recuperar esse enorme patrimônio ambiental e cultural é possível com o simples respeito à legislação. O cuidado para que não se perca um dos últimos redutos de excelência da nossa Cidade Maravilhos­a é obrigação e desafio para moradores e autoridade­s. Assim esperamos, e declaramos apoio ao movimento ‘Endireita Paquetá’.

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