Qualidade e belas embalagens ganharam espaço. Clientes escolhem até combinação de sabores
Panetone com toque personalizado
Diferentes lendas tentam contar a história do panetone, o delicioso brioche que não pode faltar nas mesas de Natal. Uma delas diz que tudo começou quando um padeiro italiano criou uma receita especial para adocicar a boca do pai da moça que queria namorar. O futuro sogro, chamado Toni, virou seu freguês e a iguaria passou a ser chamada de Pão do Toni. A data de origem também é imprecisa, mas séculos depois o doce é
FERNANDO MANSUR
o queridinho de cariocas que desejam ganhar uma renda extra no fim de ano e estimula a economia popular.
A história do Pão do Toni foi contada por um professor à padeira Hilka Telles, 60 anos, jornalista aposentada do Grajaú. Ela então passou a dedicar mais tempo a uma paixão que começou a estudar em 2010: fazer pães. No início, preparava panetones para a família e amigos. Em outubro passado, resolveu criar uma marca — Fait Maison (“Feito em Casa”) — e atraiu grande público com a receita italiana herdada de um mestre.
A fama de boca em boca fez a padeira suspender as encomendas para o Natal no dia 28 de novembro, mas a partir de janeiro vai produzir pães e doces finos. Além do tradicional, ela faz chocotones e dá opção ao cliente de montar seu panetone, podendo escolher a massa (frutas cristalizadas ou chocotone), o recheio (trufado de maracujá, limão ou chocolate belga com nozes e de Nutella) e a cobertura (fondant ou chocolate).
“Fechei a minha lista para manter a qualidade, porque ele é artesanal. Tive 95 encomendas desde o fim de outubro”, comemora. “Uso chocolate belga, manteira extra, ovos caipira e farinha de trigo puríssima.”
A estudante de Gastronomia Laise Lopes, 21 anos, moradora de Jacarepaguá, aproveita as datas festivas para incrementar a produção e fazer dinheiro. A jovem, que também produz em casa, frequentou um curso de Cozinheiro do Senac RJ aos 17 anos e começou a vender, há dois anos, panetones de frutas cristalizadas, chocotones e os flambados de calabresa e de bacalhau, suas principais atrações. Recebeu 200 encomendas só esta semana. Em novembro, ganhou mais notoriedade ao ficar em terceiro lugar em uma competição nacional do Senac.
“Sempre gostei de fazer coisas ‘fora da caixinha’. As pessoas costumam provar os panetones salgados e se surpreendem com o gosto”, orgulha-se Laise, dona da marca Doceria Gran Sapore.
Além do sabor, as embalagens quase personalizadas são um detalhe especial. Enfeitam com classe qualquer mesa antes de se iniciar a ceia. valem como presente.