Coletes amarelos nas ruas
Em Paris, cerca de dez mil pessoas fizeram protesto contra o governo Macron
Apolícia francesa disparou bombas de gás lacrimogêneo nos “coletes amarelos” que se manifestavam ontem no centro de Paris. Era o início de uma manifestação contra o governo do presidente Emmanuel Mácron. Segundo o ministro do Interior francês, Christophe Castaner, dez mil pessoas participaram dos protestos na capital, e 125 mil em toda a França. Mais de 1.385 pessoas foram detidas ontem no país - pelo menos 600 em Paris. Foi o quarto dia consecutivo de manifestações desse coletivo antigoverno.
Em Paris, onde houve conflitos entre manifestantes e policiais. Cerca de 135 pessoas ficaram feridas, incluindo 17 policiais, informaram autoridades francesas.
Mais de 89 mil policiais foram mobilizados em toda a França, cerca de oito mil deles na capital. Pela primeira vez em mais de 40 anos, as forças da ordem em Paris contaram com 12 blindados que podem ser utilizados para atravessar barricadas. Foram usados também canhões de água e cavalos contra os manifestantes.
A atuação dos agentes antidistúrbio começou por volta das 9h da manhã (6h em Brasília), quando um grupo de manifestantes foi impedido de passar pela avenida Champs-Elysées, perto do Palácio do Eliseu. Cerca de uma hora depois, os agentes utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar as dezenas de coletes amarelos que tentavam de entrar pela rua Arsène Houssaye, adjacente à Champs-Elysées.
SAQUES A LOJAS
Centenas de manifestantes estavam em volta do Arco do Triunfo, que foi desfigurado com grafites no último sábado, quando manifestantes também incendiaram carros e saquearam lojas.
“Faremos tudo que pudermos para que hoje possa ser um dia sem violência, para que o diálogo que começamos nesta semana possa continuar nas melhores circunstâncias possíveis”, disse o primeiro-ministro Edouard Philippe na televisão francesa.
As ações dos manifestantes por toda a França começaram há três semanas, em razão do anúncio de que haveria aumento nos impostos sobre combustíveis, em especial do diesel. A medida, que passaria a valer a partir de 1º de janeiro, foi adiada por Philippe, mas os protestos contra o governo continuaram. Na terça, o primeiro-ministro anunciou que o governo suspenderia os aumentos por pelo menos seis meses para ajudar a neutralizar semanas de protestos.
Paris tomou medidas para se proteger: estão fechados os principais museus e monumentos (como a torre Eiffel e o Louvre), diversas lojas de departamento e comércios, além de aproximadamente 40 estações de trem e metrô.