Tecnologia colabora para superar a deficiência
No último dia da Feira PCD, visitantes conhecem os novos recursos disponíveis para ajudar pessoas a superar variadas deficiências e ter vida normal
No último dia da Feira Cidade PCD, evento apresentou novidades que ajudam a quebrar barreiras. Sambista Gabrielzinho do Irajá (foto) aprovou óculos que auxiliam cegos a ler e a identificar pessoas.
Um novo ciclo de oportunidades para pessoas com deficiência proporcionado pelo avanço da tecnologia. Esse é o legado deixado pela Cidade PCD 2018, a maior feira do segmento que terminou ontem, no Centro de Convenções Sulamerica, na Cidade Nova. Em sua segunda edição, a PCD, em parceria com o Sesc/Senac, apresentou ao público equipamentos que podem reduzir as dificuldades do cotidiano de muita gente. Quem visitou a feira encontrou ferramentas que facilitam a acessibilidade, oferecem autonomia. Uma das novidades foi o OrCamMyEye, um óculos de origem israelense.
Segundo Doron Fadka, diretor da empresa Mais Autonomia, fornecedora do equipamento, a peça proporcionar à pessoas com deficiência independência e oportunidades de estudos.
“O OrCamMyEye é capaz de ajudar um deficiente visual a ler um livro, reconhecer pessoas, identificar produtos e até contar dinheiro, graças a uma câmera intuitiva, acoplada à armação dos óculos do usuário”, destacou Doron Fadka.
Como todos os que passaram pelo stand, o músico Gabrielzinho do Irajá, que é deficiente visual, teve a oportunidade de testar o equipamento, que custa, em média, R$ 19 mil. Ele ficou muito empolgado com a novidade e alertou para a dificuldade em encontrar livros adaptados para versões de áudio e braille. Agora, acredita que os óculos serão fundamentais para resolver o problema.
“É como se eu estivesse enxergando! Lendo com óculos! É demais, não tem sensação melhor!”, comemorou.
SUSPENSÃO PARA CADEIRA
Outra inovação apresentada pela empresa, a SoftWheel é uma roda que possui um sistema de suspensão e amortecedores que absorvem o impacto da cadeira de rodas sobre buracos e rampas, evitando riscos para coluna e pescoço, garantindo conforto e segurança. Um par de rodas custa em torno de R$8 mil reais.
Aproximadamente 11 mil pessoas passaram pelos corredores da Cidade PCD, durante os três dias do evento que apresentou competições esportivas, novidades tecnológicas e atrações musicais, se tornando um verdadeiro ponto de encontro e de troca de ideias entre pessoas com deficiências e familiares. Ao todo, a feira recebeu com 61 stands e 54 expositores, o dobro do que foi apresentado na edição de 2017.
Os adeptos aos esportes radicais também tiveram espaço. A Livre, soluções em mobilidade, criou o Kit Li- vre, um equipamento que transforma a cadeira de rodas em um triciclo.
Na Casa Conceito, um dos stands mais visitados, as pessoas puderam conhecer a arquitetura ideal para quem tem deficiência possa ter sua independência na própria casa. Acionamentos por comando de voz, feitos com o auxílio de um tablet, a banheira para cadeirantes e barras de segurança móveis foram algumas das facilidades oferecidas pelo espaço.
De acordo com Gabriella Zubelli, arquiteta responsável pelo projeto apresentado, a feira não é só um espaço para o empreendedor fazer negócios, mas “trazer soluções e questionamentos, além de conscientizar e transformar o olhar do outro na construção de uma sociedade mais inclusiva”.