Novo ministro confirmado
Bolsonaro anuncia o advogado Ricardo Salles, do Novo, na pasta do Meio Ambiente
Opresidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou a escolha do advogado Ricardo Salles para ser ministro do Meio Ambiente. Ele informou a indicação através de publicação em sua conta oficial no Twitter. Após ser eleito, Bolsonaro cogitou extinguir a Pasta.
Salles é réu de ação civil pública ambiental e por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público de São Paulo em maio do ano passado. A ação da qual ele é réu diz respeito à elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, e a “diversas irregularidades” cometidas durante a elaboração do plano. Na época, o futuro ministro era secretário estadual do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Salles defende-se afirmando: “Sou réu, mas não há decisão contra mim. São todas [decisões liminares] favoráveis a mim. Todas as testemunhas foram ouvidas, todas as provas produzidas e o processo está concluso para sentença, pode ser sentenciado a qualquer momento. Todas as testemunhas ouvidas corroboraram a minha posição”.
Filiado ao partido Novo, ele lidera o movimento Endireita Brasil e foi secretário estadual do Meio Ambiente em São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).
Ricardo Salles disse a ‘O Estado de S. Paulo’ que seu papel à frente da pasta será defender o meio ambiente e respeitar o setor produtivo. Para Bolsonaro, o ministério precisa se aproximar dos ruralistas. O presidente eleito já defendeu acabar com o que chama “indústria de multas” no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e no ICMbio.
“Defender o meio ambiente e ao mesmo tempo respeitar todos os setores produtivos do Brasil é o que sintetiza muito nosso sentimento”, disse Ricardo Salles, após ser confirmado para o cargo.
Hoje mesmo, ele irá a Brasília para começar a trabalhar na equipe de transição do governo eleito. Candidato a deputado federal na última eleição, Salles fez propaganda com imagem que sugeria usar balas de fuzil contra a “bandidagem no campo”, a esquerda e o MST. Foi reprovado por seu próprio partido e acabou não sendo eleito.