Presidente da França quer discutir soluções para onda de protestos violentos
Macron vai ouvir autoridades
Opresidente da França, Emmanuel Macron, planeja se reunir hoje com autoridades nacionais e locais para ouvir suas propostas e discutir soluções para a onda de protestos violentos que acontecem na capital francesa, segundo um funcionário do governo. O oficial do Palácio do Eliseu, sede do governo francês, disse que o objetivo do presidente é mobilizar a ação de autoridades que representem interesses políticos, econômicos e sociais do país em uma tentativa de enfraquecer as manifestações.
No sábado, um novo protesto violento ocorreu em Paris e em cidades da região, pelo quarto fim de semana seguido. Cerca de 135 pessoas ficaram feridas em todo o país, incluindo 71 em Paris entre manifestantes e policiais. O Ministério do Interior da França disse neste domingo que 1.220 pessoas foram detidas em torno de Paris, após policiais inspecionarem estações de metrô por todo o país.
Os manifestantes protestam principalmente contra os altos custos de vida do país. O movimento, marcado pelos coletes amarelos dos ma- nifestantes, teve início com o aumento do imposto de combustível há cerca de um mês. Na semana passada, numa tentativa de reverter as mobilizações, Macron revogou o aumento das tarifas.
NO INTERIOR
O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ ouviu manifestantes no interior da França, em Anthy, cidade com pouco mais de 2 mil habitantes no Departamento da Alta Saboia, na região de Auvérnia-Ródano-Alpes. O preço da gasolina, que motivou o início dos protestos, justamente no interior, já não é um tema no grupo. Hoje, há reivindicações heterogêneas de um público, pelo menos em Anthy, bastante homogêneo.
Entre os cerca de 80 manifestantes da região (tida como uma das mais conservadoras do país), duas eram as palavras mais repetidas: a “raiva” contra a elite no poder e a “decepção” com partidos tradicionais. Se o movimento começou para frear a elevação de impostos sobre os combustíveis, quatro semanas depois, a reivindicação é mais ampla. Nadège Leyglene, que chefia uma espécie de “aldeia gaulesa” (palavras dela) de manifestantes, briga por alta dos salários, redução de impostos e fim dos privilégios para a classe política, além de um sistema de consultas populares. “O que queremos é ter garantias de chegar ao final do mês”, explica Nadège.