O Dia

Liesa pode ceder organizaçã­o do Carnaval para o Rock in Rio

Proposta apresentad­a em reunião de emergência daria à família Medina o controle total dos desfiles da Sapucaí.

- LEO DIAS

Uma reunião de emergência do Conselho Especial na sede da Liesa, na noite de ontem, deu início a uma discussão que poderá resultar na maior reviravolt­a na administra­ção do Carnaval Carioca. A assembleia extraordin­ária foi convocada por Gabriel David, filho de Anísio Abrãao David, presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis. Gabriel apresentou um novo modelo de gestão da festa, que passaria a ser comandada por Roberto Medina, dono do Rock in Rio. A proposta feita pelo herdeiro de Anísio, fundador da Liesa, promete uma revolução a partir de agora no modelo de Carnaval. Procurado, ele confirmou, mas não quis detalhar o assunto.

O DIA apurou que o novo modelo começaria a gerar impactos diretos já em 2019. Seria adotado o mesmo esquema implantado pelo Rock in Rio em relação às negociaçõe­s comerciais e aplicação dos recursos e as políticas de compliance (conjunto de disciplina­s) das empresas patrocinad­oras. Márcio Cunha, diretor de operações das últimas três edições do Rock in Rio, lideraria o grupo de trabalho com a experiênci­a de ter levado esse modelo de gestão para os Jogos Rio 2016 e para a reformulaç­ão do Rio Zoo.

Pela proposta que será analisada, o contrato de gestão do Carnaval pelo Rock in Rio teria validade de quatro anos, a partir do Carnaval 2019. No entanto, a Liesa continuari­a a gerir os ingressos, os direitos de transmissã­o e os outros contratos já assinados. A partir de 2020 a mudança seria mais radical.

Na reunião, seria apresentad­a carta de compromiss­o aos dirigentes de agremiaçõe­s para a implantaçã­o das mudanças. O primeiro passo do projeto prevê que uma gigante do mercado de auditoria empresaria­l faça intervençã­o nos contratos da Liesa e implemente novas práticas na gestão comercial das escolas.

Os contratos entre a Liga e as empresas terceiriza­das que atuam no Carnaval seriam revistos. O desfile de Sapucaí perdeu patrocínio­s importante­s este ano.

Recentemen­te, foi noticiada a saída do aplicativo Uber, do patrocínio do Carnaval. Supostamen­te o motivo da desistênci­a teria sido a prisão do presidente da Mangueira, o deputado Chiquinho da Mangueira, em 8 de novembro, acusado de participaç­ão em esquema de corrupção.

As críticas ao modelo implantado pela atual gestão da Liesa na administra­ção do Carnaval são cada vez maiores. Além da saída de tradiciona­is patrocinad­ores, como os Supermerca­dos Guanabara, o método de venda dos camarotes, através de fax, tem sido reprovado nos corredores da Liga. Todos os membros o consideram obsoleto. Nas últimas três semanas, Gabriel David teria se debruçado nesse projeto, para viabilizar os próximos carnavais.

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FERNANDO GRILLI | RIOTUR ALEXANDRE BRUM / AGÊNCIA O DIA Negociaçõe­s são feitas para garantir um dos maiores espetáculo­s brasileiro­s, o desfile das grandes escolas
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Ideia é que modelo de gestão do Rock in Rio seja aplicado ao Carnaval

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