O Dia

Milton em formato acústico

Cantor lança EPs desplugado­s com clássicos do seu repertório — o mais novo é ‘Nada Será Como Antes’ — e anuncia turnê dedicada aos LPs ‘Clube da Esquina’ para 2019

- RICARDO SCHOTT ricardo.schott@odia.com.br

Dois mil e dezoito é o ano que Milton Nascimento tirou para atender a um antigo pedido dos fãs. O cantor conta que, há tempos, lhe pediam para rever seu repertório no formato acústico. Para satisfazer os admiradore­s, já saíram dois EPs neste ano. em formato digital: ‘A Festa’ (com músicas como ‘Maria, Maria’, ‘Beco do Mota’ e ‘O Cio da Terra’) e, agora, ‘Nada Será Como Antes’, com mais cinco regravaçõe­s.

O compositor carioca (que se radicou em Minas Gerais na infância e tornou-se símbolo da música local) geralmente é visto em várias fotos de sua carreira com um violão. A ligação de suas composiçõe­s com o clima acústico, lógico, é bastante natural.

“Isso vem naturalmen­te na minha vida. Nem todas as minhas músicas foram feitas ao violão. Muitas delas foram criadas ao piano. E os discos sempre têm esse lance misturado de músicas que vieram do piano e outras do violão. Só que não é uma escolha minha, vem tudo de forma natural. E ver as músicas nesse formato é uma coisa que foi acontecend­o, sem muito planejamen­to”, detalha Milton, a O DIA. “Eu sempre tive essa vontade de lançar um trabalho desse jeito, mas nunca tinha me organizado pra levar isso como uma meta”.

No novo disco, Milton recorda as duas músicas ‘Clube da Esquina’. A última da sequência nasceu como instru- mental pelas mãos dele e de Lô Borges e só muitos anos depois ganhou letra do irmão deste, Marcio Borges. ‘Para Lennon e McCartney’, parceria de Marcio, Lô e Fernando Brant, também surge no disco. O repertório se completa com duas músicas de conteúdo político - feitas, como as outras, na época da ditadura: ‘Saudades dos Aviões da Panair (Conversand­o no Bar)’ e ‘Nada Será Como Antes’.

Milton diz que não fica muito tempo sem ver os antigos parceiros, como Ronaldo Bastos e Marcio Borges - Fernando Brant, letrista com quem fez vários sucessos, morreu em 2015. “Quando a gente vê que já passou um tempo longe, alguém já inventa uma coisa pra gente ficar junto. São duas das pessoas mais importante­s em tudo que eu já vivi e, principalm­ente, que ainda vou viver”, relata o cantor.

Se Milton ainda tem disposição para compor coisas novas? “Música pra mim não é uma coisa combinada, tipo uma obrigação, sabe? A música é minha vida, e está sempre presente. O que ela quiser, eu topo. Estamos aí, sempre”, afirma ele, que em 2019 fará uma turnê toda dedicada aos discos ‘Clube da Esquina’ (1970) e ‘Clube da Esquina 2’ (1978).

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Milton no Vivo Rio (alto) e a capa do EP novo, ‘Nada Será Como Antes’ (acima)

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