O Dia

MULHER DÁ À LUZ EM CHÃO DE HOSPITAL

Sem ajuda médica, Paula teve até mesmo que tentar, sozinha, fazer a filhinha chorar

- ANTÔNIO PUGA antonio.puga@odia.com.br Colaborou o estagiário Felipe Rebouças

Sem médicos disponívei­s, Paula José Gomes ficou mais de uma hora em trabalho de parto na recepção do Hospital Pedro II, em Santa Cruz. Sua filha nasceu ali mesmo, no chão da unidade, que é do município. Somente então uma enfermeira apareceu. Internadas, mãe e filha passam bem.

Dalila veio ao mundo no chão do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Por falta de médicos e enfermeiro­s disponívei­s, a dona de casa Paula José Gomes, de 30 anos, acompanhad­a do marido, Carlos de Castro, 60, pariu a própria filha entre as cadeiras da sala de espera da unidade.

O drama da gestante começou por volta das 3h, quando ela passou a ter dores. Em seguida, Charles da Silva, primo de Paula, levou de carro a grávida e o marido para o hospital municipal.

O pai da criança viveu momentos de tensão ao se deparar com a demora no atendiment­o. “A minha família trabalhou na área de saúde mas eu nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo. Perdi a cabeça com os funcionári­os do hospital que no lugar de darem atenção à minha mulher, estavam mais preocupado­s em preencher ficha de atendiment­o”, disse Castro, auxiliar de enfermagem aposentado.

“Eu estou bem, a neném também está bem, graças a Deus. Tive a neném no corredor mas está tudo bem com a gente”, disse a mãe na enfermaria de obstetríci­a, para onde foi levada após o nasci- mento da filha. Paula ainda tem três filhos menores, de um relacionam­ento anterior.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente chegou à unidade em trabalho de parto, mas não houve tempo para um atendiment­o imediato, porque o médico estava atendendo outras gestantes. A secretaria informa que na hora do atendiment­o tinham quatro obstetras de plantão, além de três pessoas da equipe de acolhiment­o.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) disse que vai abrir uma sindicânci­a para apurar os fatos ocorridos no hospital.

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REPRODUÇÃO FERNANDA DIAS/AGÊNCIA O DIA Carlos disse que funcionári­os se preocupara­m mais em fazer a ficha e deixaram Paula das à luz sozinha
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Secretaria disse que havia quatro obstetras de plantão na unidade
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FERNANDA DIAS/AGENCIA O DIA

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