O Dia

Homem se defende da acusação de sequestro-relâmpago

Bandeira mostra contracheq­ue do gabinete de Sessim e diz que responde por estar armado, mas não pelos R$ 149 mil que estavam com ele

- ADRIANA CRUZ adrianacru­z@odia.com.br

“Corro risco de vida, mas quero a verdade. Respondo pela arma, mas não pelo dinheiro”, afirmou Joshson José Bandeira, de 43 anos, pai de quatro filhos, ontem a O DIA com contracheq­ue de dezembro em punho mostrando a lotação desde 2015 no gabinete do então deputado federal Simão Sessim, do PP, que não foi reeleito e hoje é representa­nte do governo Wilson Witzel, em Brasília. Bandeira foi preso terça-feira com um revólver calibre 38 e R$ 149.800 em um ônibus. Ele atribuiu a quantia ao filho de Sessim, o médico Marcelo, e que seria enviada para o secretário de Emprego, Trabalho e Desenvolvi­mento de Nilópolis, Eduardo Amorim, o Dudu, saldar dívidas com pessoas da última eleição.

Bandeira deixou a 64ª DP (São João de Meriti) após pagar fiança de R$ 1 mil. A família Sessim o acusa de praticar ameaças contra o grupo, sequestro-relâmpago de Marcelo e extorsão que chegaria a R$ 500 mil. Ontem à tarde, Bandeira afirmou trabalhar para a família Sessim desde 2010. Apresentou Carteira de Trabalho com assinatura de contrataçã­o da Prefeitura de Nilópolis em 2012, quando Sérgio, outro filho de Sessim, era prefeito. O município é a base do clã Sessim que conta com membros como o bicheiro Aniz Abrahão David, patrono da Beija-Flor, e Farid Abrahão, prefeito da cidade. “Moro há 43 anos aqui e não vou sair. Não sou bandido. A arma é minha, comprei na feirinha da Pavuna por R$ 900 para me defender das ameaças que recebi quando meu irmão foi assassinad­o”, alegou referindo-se ao suplente de vereador em Nilópolis Wilson José Bandeira, assassinad­o em abril de 2015.

PEDIDO DE EMPRÉSTIMO

Bandeira sustentou que foi encontrar Marcelo em um shopping para pedir um empréstimo para abrir uma farmácia. “A polícia tem que pegar as câmeras. O Marcelo sempre me ajudou. Tenho gratidão. E decidiu me ajudar mais uma vez depositand­o R$ 150 mil na minha conta. Quem faz sequestro-relâmpago pede depósito em conta? Isso é mentira”, declarou ele que foi descoberto com a arma e o dinheiro em um ônibus porque discutiu com um passageiro e como os outros viram a arma chamaram policiais militares.

“Na delegacia, na frente do delegado e outros policiais, liguei para o Marcelo pedindo ajuda, mas ele dis- se que não poderia aparecer neste caso”, contou Bandeira. Simão Sessim minimizou a lotação do ex-assessor. “Era um servidor que ficava no Rio. Hoje (ontem), ele continuou ligando fazendo ameaças. Para pegar o dinheiro ficou quatro horas apontando uma arma para a cabeça do meu filho”, disse Sessim.

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LUCIANO BELFORD/AGÊNCIA O DIA Marcelo Sessim foi à 64ª DP no dia seguinte à prisão de Bandeira

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